Primeiro olhar aos novos comerciais da PSA de Mangualde

13/02/2018

Com o futuro da PSA de Mangualde ainda envolto numa aura de incerteza devido à questão da classificação nas portagens – os veículos comerciais e de passageiros que serão produzidos em Portugal irão pagar Classe 2 se os moldes de taxação não forem alterados -, foram já revelados os primeiros detalhes dos três comerciais de Peugeot, Citroën e Opel/Vauxhall que serão produzidos no nosso país e das suas variantes de passageiros.

Conhecidos internamente pelo nome de código K9, os três modelos terão identidades próprias que replicam as de outros modelos de sucesso de Peugeot, Citroën e também da Opel, dando mais um passo em frente no plano estratégico do Grupo PSA ‘Push to Pass’, que pretende desta forma manter a liderança entre os veículos comerciais ligeiros na Europa.

Todos eles têm por base a plataforma EMP2, embora modificada em relação a outros modelos do grupo, podendo albergar motorizações e tecnologias mais recentes. As novas gerações desses comerciais e respetivas versões de passageiros (ou multiúsos) – ainda sem nomes confirmados – terão, assim, estilos vincadamente diferentes, com o foco colocado na versatilidade e eficácia das suas soluções de transporte.

Para ir ao encontro da produção esperada para estes modelos, as fábricas ibéricas de Vigo (Espanha) e de Mangualde irão ter turnos adicionais de trabalho, neste caso um quarto na fábrica espanhola e um terceiro na portuguesa, com um comunicado da companhia a indicar que “vão ao encontro das mais altas exigências do Grupo PSA em matéria de performance” e que receberam “transformações profundas para acomodarem os novos modelos”.

As fábricas preparam inovações industriais que as levam diretamente para “a era da ‘Fábrica 4.0′”, conforme acrescenta ainda o mesmo comunicado, lembrando que algumas das novidades são o controlo de qualidade geométrico com recurso à visão artificial e robots colaborativos (‘cobots’), entre outros.

Mangualde no centro

O grupo gaulês tem prevista uma produção anual de 100.000 unidades por ano na fábrica de Mangualde, das quais 20.000 destinam-se ao mercado nacional, havendo porém uma dúvida ainda existente quanto à continuidade do investimento da PSA em Mangualde a longo-termo, uma vez que a manutenção da atual definição de Classe 2 das portagens irá condicionar fortemente a ‘vida’ comercial destes modelos no nosso país. O mesmo foi garantido recentemente em conferência de imprensa, com o Diretor Geral da PSA Portugal, Alfredo Amaral, a considerar que o “futuro da PSA em Mangualde está em risco” caso o enquadramento de portagens não se altere.

Decorre, entretanto, uma série de negociações entre o Governo e as concessionárias de autoestradas para se tentar chegar a um novo método de definição de taxas de autoestrada, procurando-se que o atual, definido pela altura do eixo dianteiro (medido pelo centro da roda dianteira) seja abandonado em prol de outro, mais representativo, com base no peso dos veículos e dos seus eixos.

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