O mercado automóvel europeu continua a sofrer com os efeitos negativos da pandemia de Covid-19, tendo o mês de maio de 2020 registado uma quebra de 52,3% nas vendas face ao mesmo período do ano anterior, de acordo com os dados revelados hoje pela Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA). Com uma quebra nas vendas de maio de 74,7%, Portugal foi o segundo país que mais caiu, apenas atrás da Croácia, que caiu 76,2%.

Apesar do levantamento de uma grande parte das restrições de movimentação e do fim do encerramento obrigatório dos concessionários, as vendas em território nacional continuaram a cair em maio, sendo assim um dos piores registos no continente europeu. De acordo com os dados da ACEA, aos 22.724 automóveis novos matriculados em maio de 2019 corresponderam apenas 5741 no mês de maio de 2020.

No total da União Europeia, as vendas caíram de 1.217.259 unidades em maio de 2019 para apenas 581.161 em maio de 2020, num claro reflexo das medidas de contenção para travar a Covid-19.

Com efeito, as perdas nos 27 mercados da União Europeia foram em todos os casos com dois dígitos, embora alguns dos grandes mercados tenham conseguido limitar as perdas para valores não tão dramáticos como os verificados em abril. Espanha registou uma quebra de 72,7%, enquanto em França a quebra foi de 50,3%. Itália e Alemanha caíram 49,6% e 49,5%, respetivamente.

De janeiro a maio, as matrículas de veículos novos contraíram em 41,5%, na senda de três meses de caos em praticamente todos os países da Europa enquanto lidavam com a crise da Covid-19. Espanha é, dos grandes mercados, aquele que mais caiu no cômputo dos primeiros cinco meses (54,2%), seguindo-se Itála (50,4%), França (48,5%) e Alemanha (35%), com esta última a ter o resultado menos pesado. Quanto a Portugal, assiste-se a uma quebra homóloga de 47,9%.

Na totalidade da União Europeia, a diferença nos cinco primeiros meses é de menos 41,5% de automóveis vendidos face a igual período de 2019, com a ACEA a notar que efetua o acerto nos números para refletir a saída do Reino Unido da União Europeia.

Com muitos dos países a implementarem medidas de apoio ao setor, seja através de ajudas diretas, seja de subsídios e ajudas aos clientes para a renovação da frota automóvel, é de esperar que as quebras se atenuem ligeiramente, mas o resultado do ano está marcado indelevelmente pela pandemia.