CCB transforma-se em “Cidade do Zero” em setembro

06/07/2023

Nos dias 16 e 17 de setembro decorre no Centro Cultural de Belém (CCB) mais uma edição “Cidade do Zero”, cujo mote é a sustentabilidade.

 

Nos dias 16 e 17 de setembro, a “Cidade do Zero”, um evento na área da sustentabilidade que toca as áreas da educação, alimentação, mobilidade e consumo, regressa a Lisboa para a sua segunda edição. A funcionar das 10h00 às 22h00 no Centro Cultural de Belém (CCB), este é um evento que ensina a sustentabilidade de uma forma lúdica através de workshops, palestras, debates, oficinas e showcookings, que abordam o tema nas suas várias vertentes, contando com a participação de especialistas de diversas áreas da ciência e profissionais de outras áreas de atuação.

Esta cidade sustentável, inclusiva e pet friendly, conta ainda com uma zona de mercado que se irá situar no espaço exterior do CCB, incorporando um modelo de mercado mais tradicional, com venda de marcas nacionais mais sustentáveis, com modelos alternativos de economia circular, onde se inclui um mercado de trocas, de vendas em segunda mão e várias oficinas de reparação. O mercado irá contar com marcas de artigos para bebé & criança, casa, moda, cosmética, limpeza, comida & bebidas e outdoor. Todas as marcas presentes na “Cidade do Zero” são nacionais e destacam-se por alguns dos seguintes princípios: produção ética, impacto social, circularidade, gestão de resíduos, trabalho com matérias-primas recicladas.

Catarina Barreiros, fundadora do Cidade do Zero

Há ainda workshops de cozinha e oficinas, entre outras atividades, para crianças e famílias, e uma zona de restauração para refeições completas. O evento conta com a organização de Catarina Barreiros, criadora de conteúdos sobre sustentabilidade e fundadora do projeto Do Zero, e de João Barreiros, parceiro no Do Zero e na organização desta que é, muito provavelmente, a “cidade” mais sustentável e inclusiva do país.

“Estamos muito entusiasmados com a segunda edição da Cidade Do Zero. Este é um projeto que nasceu de uma enorme necessidade de esperança num mundo melhor. Quando reunimos marcas, pessoas e projetos que têm em comum o objetivo de criar um mundo mais justo e sustentável, sentimos que não estamos sozinhos. Vimos essa esperança espelhada em todos os rostos na primeira edição e soubemos, mesmo no final do evento, quando ainda estávamos muito cansados, que não poderíamos deixar morrer o projeto. Afinal, a esperança precisa de ir sendo renovada.”, conta Catarina Barreiros.

Já Madalena Reis, Administradora da FCCB, afirma: “É com muito gosto que o CCB acolhe no seu espaço a Cidade do Zero. Esta apresentação coincide com uma fase de expansão do projeto, o que confirma o maior interesse e consciencialização da população para as temáticas da sustentabilidade, algo que muito nos alegra. Incorporar os valores da sustentabilidade na atividade diária do CCB, através da implementação de boas práticas ambientais, sociais e de governance é, justamente, um dos Objetivos Estratégicos da Fundação Centro Cultural de Belém para o triénio 2022-2024. Esta intenção do CCB traduz-se na prática na sistematização de alguns projetos já existentes e no impulsionamento de novos projetos, de acordo com as responsabilidades que uma instituição como o CCB deve cumprir”.

Relativamente às novidades, este ano a zona de mercado será aumentada para contar com mais de 100 bancas, mais 30 do que na edição anterior, e serão incorporados mais espaços de troca, como o de plantas e o de bicicletas de criança, além do de roupa e de livros que volta a estar presente. O mercado em segunda mão vai contar com artigos de moda, calçado, acessórios e puericultura, e na zona de reparação, vai haver a possibilidade de reparar equipamentos eletrónicos e roupa, para além do calçado que volta a estar presente.

cidade do zero

Mas as novidades não se ficam por aqui, além de um espaço perfeitamente acessível a carrinhos de bebé, também o espaço infantil da “Cidade do Zero” irá crescer, com mais atividades de reciclagem, de trabalhos manuais para crianças, e leitura de histórias sobre ecologia. “Vamos também ter espaços de restauração para refeições completas, o ano passado tivemos apenas para snacks, vai haver um espaço de lazer para famílias junto à zona de restauração e perto de bancas de snacks mais saudáveis, e serão disponibilizadas mais fontes de água potável em todo o recinto.”, avança Catarina Barreiros. Todo o espaço exterior da “Cidade do Zero” é pet friendly, incluindo as zonas de restauração.

Relativamente às palestras, debates e workshops, devido à procura na passada edição, este ano o evento contará com salas com uma maior capacidade. Alguns dos temas regressam à “Cidade do Zero”, mas haverá também novos assuntos e propostas, que serão brevemente anunciados no site do evento. De recordar que os workshops, showcookings e palestras na “Cidade do Zero” de 2022, foram mais de mais de 50 no total. Aprender a salvar plantas, a criar hortas, a tingir tecidos com plantas, a cozinhar sem desperdício, a fazer bolos sem qualquer ingrediente de origem animal e até a fazer sabão ecológico em casa foram algumas das coisas que foi possivel aprender nos workshops de cozinha e laboratório na passada edição.

Já nas palestras, com profissionais especializados em diversas áreas da ciência foram abordados temas como a lei de bases do clima, o carbono biodiverso, alimentação com insetos, as áreas marinhas protegidas, a importância da conservação dos oceanos, a energia eólica, a energia nuclear, entre muitos outros assuntos importantes. Do ponto de vista social, a importância da educação e empoderamento feminino, a acessibilidade, inclusão e ativismo, a inclusão da pessoa com deficiência no desporto ou a pobreza menstrual, foram alguns dos temas que também estiveram em destaque.

A programação completa de palestras, debates, workshops e showcookings será anunciada em breve, assim que o calendário final estiver fechado, sendo que é possivel, e aconselhável, fazer uma inscrição no site, www.cidadedozero.pt, deixando o e-mail para receber toda a informação. “A inscrição é gratuita e as vagas esgotaram muito rapidamente na edição anterior pelo que recomendamos vivamente a todos os interessados que deixem o seu e-mail para serem notificados assim que abrirem as inscrições”, avisa Catarina Barreiros.

A produção da “Cidade do Zero” está a ser, uma vez mais, totalmente pensada de forma a causar o menor impacto ambiental possível, mantendo o compromisso de utilizar apenas materiais que já estejam produzidos, ou cuja produção já esteja planeada, apostando ainda em materiais nacionais, renováveis e reciclados. As bancas do evento serão feitas com madeira nacional de florestas certificadas, que vai ser usada posteriormente em cofragens de obra. A madeira utilizada foi cedida pela Companhia das Madeiras, que irá realizar toda a montagem com a CIVIFRAN, ambas empresas parceiras do evento.

Já os espaços de ensombramento serão feitos com tecido de deadstock de fábricas nacionais, instalações de arte e materiais reutilizados. O mobiliário de exterior será todo reciclado (incluindo caixotes do lixo, sinalética, mesas e bancos), da empresa portuguesa Floema. A decoração interior, contará com a Santo Infante, empresa que representa marcas de decoração nacionais, e todas as plantas e espaços verdes serão fornecidos pela Planta Livre, com a premissa de utilizar espécies nacionais com foco em espécies produtivas para alimentação humana. O arquiteto responsável por todo o design do espaço é Manuel Cruchinho.

Por último, a acessibilidade e inclusão também estão asseguradas nesta 2.ª edição da “Cidade do Zero”: “à semelhança do ano passado, teremos todo o recinto adaptado a pessoas com mobilidade reduzida. E voltaremos a ter também a possibilidade de tradução do evento para Língua Gestual Portuguesa. Basta, para isso, enviar um e-mail para [email protected]”, garante Catarina Barreiros.

A “Cidade do Zero” conta novamente com o apoio da GoParity e da Delta. O Pingo Doce, a Casa Mendes Gonçalves, o Eletrão e a AGEAS também são parceiros nesta segunda edição do evento. “Escolhemos como parceiros, mais uma vez, empresas que são para nós referência no que diz respeito à responsabilidade ambiental e/ou social em Portugal, a maioria das quais que são já parceiras de longa data e que estiveram na primeira edição, como a GoParity e a Delta, mas também tantas outras com quem temos uma relação mais recente mas que são, para nós, enorme fonte de inspiração. Uma muito obrigada ao Pingo Doce, à Casa Mendes Gonçalves, ao Eletrão, à AGEAS por se terem juntado a este evento e um (novo) obrigada à Delta e à GoParity, por renovarem a confiança neste projeto”, afirma Catarina Barreiros.