Covid-19: ACAP volta a exigir plano de apoio para setor automóvel

15/04/2020

Mercado automóvel nacional está em queda vertiginosa, devido ao novo coronavírus e à crise financeira provocada pela pandemia, e a ACAP volta a defender um plano de apoio específico. Ou não represente este setor 21% do total de receitas fiscais.

A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) voltou, hoje, a exigir do Governo um plano de apoio para o setor automóvel, que atravessa uma profunda crise, devido à pandemia. No período de 1 a 14 de abril, o mercado de ligeiros de passageiros registou uma queda de 86%. Por outras palavras, foram matriculados 838 veículos no nosso país, quando, no período homólogo de 2019, tinham sido 6.208. Mas o cenário do mercado nacional será ainda mais negro. “E há que ter em consideração que a maioria destas matrículas corresponde a encomendas efetuadas antes de 16 de março. Ou seja, a partir desta data, a queda foi sempre na ordem dos 80%. No mercado de viaturas usadas, a situação é mais complicada ainda, porque, depois daquela data, as vendas estagnaram completamente”, sublinha a ACAP, em comunicado oficial.

Linha de apoio

Segundo a associação, esta situação leva-a a concluir que o setor automóvel é, sem dúvida, dos mais afetados por esta grave crise. Por outro lado, como consequência, verifica-se uma perda de receitas por parte do Estado, que, só nestas duas semanas, é estimada em 15 milhões de euros.

“A ACAP propôs ao Governo a tomada de medidas para, por um lado, minimizar o impacto desta crise e, por outro, relançar a procura. Estas propostas exigem um Plano de Apoio ao Setor Automóvel, como um dos mais afetados e que, até ao momento, ainda não teve qualquer particular atenção do Governo, tal como aconteceu noutros setores”.

Por tudo isto, a ACAP propõe um aumento imediato da linha de apoio à compra de veículos elétricos, que deverá ver a sua dotação aumentada em 100%. “Por outro lado”, acrescenta, “deve ser já equacionado (como está a acontecer noutros países) um plano de incentivo ao abate de veículos em fim de vida. Este plano deverá ter uma dupla aplicação. Por um lado, apoiar a retirada de circulação de veículos com mais de 12 anos pela compra de um veículo novo de baixas emissões. Por outro, permitir a troca de um veículo usado por outro veículo que, embora usado, cumpra uma norma de emissões mais recente”, refere a associação em comunicado.

A ACAP continua a aguardar a resposta do Governo à sua proposta de suspensão do pagamento de IUC (que já tinha sido por si apresentada há três anos) e defende que deverá ser criada uma linha de crédito específica para as empresas do setor com uma parte do capital a fundo perdido. “O setor automóvel é responsável por 21% do total de receitas fiscais, por 25% das exportações de bens transacionáveis, representa 19% do PIB e emprega, diretamente, 200 mil pessoas”, conclui a nota da ACAP.