Ecclestone aplaude ditadura de Musk, mas avisa: Tesla será esquecida

04/05/2020

Numa entrevista concedida aos britânicos da Autocar, o magnata da Fórmula 1 reconhece mérito ao trabalho de Elon Musk, que define como um “ditador” que faz acontecer.

 

Bernie Ecclestone não poupou elogios ao desempenho de Elon Musk na liderança da Tesla, mas o homem forte da Fórmula 1 não acredita que a marca californiana se possa impor entre os principais construtores de automóveis mundiais.

O empresário afirmou que a Tesla deve cair no esquecimento quando os restantes fabricantes aceleraram definitivamente o processo de eletrificação das suas gamas. Ecclestone elogiou a capacidade empreendedora de Musk, mas acredita que a marca que criou não poderá rivalizar com todas as outras.

A Tesla tem liderado a mobilidade elétrica na última década, mas com o tempo irá perder a vantagem competitiva. De acordo com Ecclestone, isso acontecerá assim que os emblemas rivais desenvolvam soluções que permitem níveis de autonomia elétrica comparáveis, algo que ainda não acontece nos dias de hoje.

“Penso que a Tesla será esquecida algum dia. A Ferrari nunca o será”, afirmou o britânico.

“No futuro muitas outras marcas farão carros elétricos. Hoje a Tesla é líder nesse campo, mas brevemente deixará de ser especial. O que é a Tesla? O que faz de especial como marca? É o facto de os seus automóveis serem elétricos, não a marca como tal. E isso não irá durar para sempre”, explicou.

Ainda assim, o homem que foi decisivo na transformação da Fórmula 1 num desporto global e multimilionário parece não ter dúvidas quanto ao talento de Elon Musk, fundador e CEO da marca norte-americana, que descreve como “um tipo muito corajoso”, lembrando os “momentos em que toda a gente pensou que a Tesla iria desaparecer do dia para a noite”.

E acrescentou: “Eu não sou uma pessoa que acredita na democracia. Eu acredito na ditadura. Elon Musk é um ditador e por isso as coisas funcionam com ele. Muitas coisas conseguiram-se graças a ditadores, não pelas democracias”.