A Associação Rodoviária de Transportadores Pesados de Passageiros (ARP), representando 180 empresas de transporte coletivo, expressou a sua indignação com a ausência de um plano de mobilidade aprovado a apenas um mês do início da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 (1 a 6 de agosto).
Num comunicado, a ARP classificou como “inaceitável” a data anunciada na quinta-feira pela ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares para a apresentação do plano (10 e 14 de julho), considerando-a “manifestamente tardia”.
A associação lamenta que, desde o início do ano, tenham entrado em contacto com a Secretaria de Estado da Mobilidade Urbana, oferecendo-se para colaborar e apresentar soluções, sem receber qualquer resposta do Governo. Agora, com apenas 15 dias restantes para o evento, os transportadores expressam preocupação de que haja pouco tempo para preparação e possíveis correções.
A Jornada Mundial da Juventude é considerada o maior evento da Igreja Católica e decorrerá em Lisboa de 1 a 6 de agosto, com a presença esperada de cerca de 1,5 milhões de jovens.
A JMJ de Lisboa esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada um ano devido à pandemia da COVID-19.
A ARP destacou a extrema preocupação das empresas de transporte de passageiros, uma vez que não têm conhecimento dos pontos de embarque e desembarque dos peregrinos, locais para estacionar os autocarros, regras e horários. “Isso impossibilita o planeamento dos inúmeros serviços que têm programados. Além disso, as empresas terão dificuldade em conciliar os horários da JMJ com a disponibilidade limitada dos motoristas”, comentam os transportadores.
A associação enfatizou que a falta de uma rede de metropolitana mais próxima do altar-palco principal, no Parque das Nações, causará grandes dificuldades em termos de mobilidade.
A ARP afirma que não foi consultada e que tudo está a ser feito sem a colaboração dos transportadores.
Preocupada com a imagem de Portugal no mundo, a ARP declarou estar totalmente disponível para ajudar o Governo nessa questão, afirmando que os seus associados “tudo farão para minimizar o eventual impacto negativo que possa ser acarretado pelo facto de o plano de mobilidade ser feito tão em cima do joelho e ser apresentado tão em cima da hora”.
E lembra que “são esperados em Lisboa milhares de autocarros por causa da Jornada Mundial da Juventude e consideramos que não é a 15 dias de um evento de tamanha dimensão que se apresenta o plano mobilidade, uma vez que não dará margem para eventuais correções”.