Mito desfeito: Aumento de velocidade não ajuda segurança
02/05/2018
O decréscimo dos limites de velocidade nos países do estudo significou uma redução do número de mortes na estrada. Em oposição, na Hungria, o aumento de 80km/h para 90km/h teve impacto negativo e mais pessoas perderam a vida nas estradas
Nos feridos graves verificam-se as mesmas tendências. Mais velocidade aumenta as estatísticas e decréscimo também reduz os feridos. Na Dinamarca a descida foi de 20%
A Suécia é um grande exemplo. Ao aumentar a velocidade de 110km/h para 120km/h o número de mortes subiu 128%. Em outras vias do país, a redução de 110km/h para 100km/h significou menos 49% de sinistralidade mortal e dos 90% para os 80% a consequente descida foi de 7%
Em duas autoestradas de Itália, observou-se uma descida na velocidade média dos automóveis de 83,4km/h para 75km/h e dos 100km/h para 85,9 km/h
Além disso, os condutores com excesso de velocidade leve (até 20km/h) decaiu 45%, e os que ultrapassam os limites de forma grave (acima dos 20km/h) desceu 84%
As câmaras móveis são uma boa solução. Em Melbourbe, na Austrália, o sistema significou que apenas resultaram feridos em 7% dos acidentes totais, contra um valor entre 24% e 34% nas outras cidades deste país
A combinação entre colocação de radares e extensas campanhas de comunicação é considerada muito eficaz para consciencializar os condutores
O estudo foi aplicado a autoestradas e estradas rurais. Mas é referido que as suas conclusões podem ser replicadas para ambiente urbano
Estes dados são comprovados pelo facto do perigo de morte ao ser atropelado a 50km/h ser quatro a cinco vezes maior do que num embate idêntico mas a 30km/h
Além das vantagens na segurança, a redução da velocidade também ajuda a reduzir as emissões
Existe quem defenda que o aumento dos limites de velocidade teria um efeito benéfico, ao reduzir a quantidade de acidentes. No entanto, dados obtidos em diversos países confirmam que este é um mito falso e, além disso, os radares são uma boa forma de “acalmar os ânimos dos aceleras”.
É uma velha discussão que tem alimentado discussões entre investigadores, alguns esgrimindo argumentos a favor do aumento da velocidade nas estradas para reduzir acidentes e outros refutando esta hipótese. A grande dúvida que tem servido de combustível ao debate reside na possibilidade da maior liberdade para acelerar poder baixar o número de colisões, em oposição ao facto das maiores consequências que são sofridas quando os impactos são a velocidades mais elevadas.
Nada como recorrer aos números para chegar a uma conclusão. E foi isso mesmo que fez o International Transport Forum, organismo integrado na OCDE e onde Portugal está inserido. Para tal foram comparados os resultados obtidos em onze países com aumentos ou descidas da velocidade em estradas nacionais e autoestradas (Austrália, Áustria, Dinamarca, França, Grécia, Hungria, Israel, Holanda, Noruega, Espanha e Estados Unidos). O resultado é que fica desfeito um mito que alimentou discussões, chegando-se à conclusão que o aumento de velocidade não ajuda segurança. Descubra as estatísticas.