Perdas económicas ligadas à seca podem atingir 45 mil milhões de euros ano

20/06/2023

As perdas económicas com um aquecimento global de 1,5 graus Celsius podem chegar a 25 mil milhões de euros por ano até ao final do século XXI. Se a subida do termómetro for de 3ºC, o custo sobe para 45 mil milhões de euros.

 

De acordo com um estudo da Agência Europeia do Ambiente, as perdas económicas decorrentes da seca na Europa podem atingir até 45 mil milhões de euros por ano, caso o aquecimento global atinja três graus Celsius. O relatório prevê que o sul e o centro da Europa irão tornar-se mais secos e quentes ao longo deste século, resultando em perdas económicas relacionadas com a seca.

Essas perdas abrangem todos os setores económicos, com especial impacto no setor agrícola, podendo chegar a 25 mil milhões de euros por ano até ao final do século XXI com um aquecimento global de 1,5 graus Celsius, 31 mil milhões de euros por ano com um aquecimento de 2°C e 45 mil milhões de euros com um aquecimento de 3°C, com base em cenários científicos.

O relatório ressalta a necessidade urgente de adaptação no setor agrícola para evitar queda de rendimentos no setor. A agência recomenda ajustes nas variedades de culturas, alterações nas datas de plantio e nos padrões de irrigação.

DESDE 2018, MAIS DA METADE DA EUROPA TEM ENFRENTADO CONDIÇÕES DE SECA EXTREMA, A FORMA MAIS SEVERA DE SECA METEOROLÓGICA, TANTO NO VERÃO QUANTO NO INVERNO.

O relatório também alerta para os perigos das ondas de calor, cada vez mais frequentes e letais, e de outros fenómenos climáticos extremos, destacando a necessidade de adoção de medidas de proteção, especialmente para as pessoas mais vulneráveis.

A expectativa é de que os eventos de precipitações intensas e inundações se tornem mais frequentes na Europa, principalmente no norte e centro do continente.

Entre 1980 e 2021, os fenómenos climáticos extremos relacionados com o clima resultaram em perdas económicas estimadas em 560 mil milhões de euros na União Europeia, dos quais apenas 170 mil milhões de euros (30%) foram cobertos por seguros.

Nesse mesmo período, quase 195.000 pessoas perderam a vida devido a inundações, tempestades, ondas de calor e frio, incêndios florestais e deslizamentos de terra na União Europeia.