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Teste – Kia Niro EV 64 kWh TECH: Elétrico para as massas

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Depois de mostrar todas as suas capacidades na versão híbrida (não se vende a variante plug-in em Portugal), a opção elétrica do Kia Niro assume-se como um conjunto muito equilibrado: autonomia razoável, boa resposta mecânica e muito espaço, apesar de se mover num mercado em crescimento, a receita é apetecível.

 

O Niro assume um papel importante dentro da gama Kia, especialmente esta segunda geração, que o que fez foi reforçar os pontos fortes do seu antecessor. Tal como antes, a família compreendia propostas híbridas, híbridas plug-in (PHEV) e elétrica, sendo que esta última, aos poucos, vai ganhando posições no ranking dos modelos elétricos mais vendidos. A opção que a marca coreana oferece neste competitivo segmento (cada vez há mais opções), responde com sensatez num formato interessante para o cliente que quer um carro elétrico de médio alcance.

Em relação ao seu design, surge mais cuidado e apelativo que o do Niro de primeira geração, a nova geração molda-se a partir de um formato maior em relação ao antecessor, sobretudo em comprimento. Chega aos 4,42 m, e as cotas de largura e distância entre eixos também cresceram, o que lhe permite propor um habitáculo mais espaçoso e capaz.

Amplo e confortável
A vida a bordo é confortável, destacando-se a generosa distância entre filas e a altura livre ao tejadilho. Para além disso, as portas têm um ângulo de abertura generoso, enquanto a bagageira oferece uma capacidade notável. De facto, com 475 litros supera a versão híbrida (o PHEV acaba por ser o mais penalizado neste particular).

O condutor agarra no volante a partir de uma posição um pouco elevada, sem chegar à de um SUV. A partir daqui a visibilidade é boa, seja para o exterior, seja para o painel de instrumentos ou ecrã central, ambos de grandes dimensões, boa resolução e grafismo moderno, em consonância com o muito correto nível de acabamento geral. A impressão que transmite é a de um automóvel bem construído, sólido e robusto. Como outros modelos da casa, a consola aglutina um comando circular para a caixa de velocidades e mais uma ou outra função (abusa do acabamento em preto brilhante, exposto ao pó e aos riscos) e, por cima, conta com um display tátil multimodo com menus comutáveis, solução implementada a partir de duas roletas circulares para ajustar, entre outros, a temperatura.

Tudo já bem conhecido dos seus “irmãos”, em suma, com qualidades dinâmicas aqui matizadas pela propulsão elétrica. A condução já de si muito apelativa do Niro, ganha mais protagonismo com o motor elétrico, mais silenciosos, ainda que evidencie outro tipo de ruídos (aerodinâmicos e de rolamento), que com motor a combustão passariam despercebidos. Conforto para realizar longa tiradas com agrado. Neste sentido, a bateria do Niro EV de 64,8 kWh, permite anunciar uma autonomia de até 460 km em ciclo combinado (604 km em cidade).

Durante o nosso teste, por todo o tipo de estradas, não se mostrou muito glutão. Em ambiente urbano e em estrada, medimos entre os 14 e os 17 kWh/100 km. A autoestrada penaliza mais o ritmo de viagem, aproximando-se dos 20 kWh/100 km.

Tanto a força do motor como a gestão da bateria, podem ser reguladas a partir de diferentes modos de condução (Eco, Normal, Sport e Snow, com mudança de visualização do painel de instrumentos) e patilhas no volante. É precisamente através delas que se estabelecem os cinco níveis de retenção (regenera mais ou menos energia), a partir do primeiro grau onde quase não desacelera, até ao i-Pedal, que permite conduzir praticamente sem tocar no travão. O salto entre um e outro está bem escalonado, assim como o tato dos pedais, confortáveis para modular o rendimento do motor elétrico.

Disponível
Os seus 204 CV são sempre muito consistentes, com a típica aceleração mais imediata quando comparada com a de um motor de combustão. A velocidade máxima é algo discreta (167 km/h); melhor são os dados da aceleração (7,8 segundos de 0 a 100 km/h), suave numa fase inicial, mas constante, para ser ágil mo meio do trânsito.
Tendo em conta tudo o que avaliámos, concluímos que a Kia vende um bom veículo elétrico. Mais ainda neste nível de equipamento TECH, o único disponível no mercado nacional e muito bem apetrechado de elementos de conforto e de segurança. Assim, o Kia Niro EV TECH custa a partir de 46 950 euros já com campanha de desconto incluída.

CONCLUSÃO

Existem poucos pontos fracos neste Niro, para além do preço, isto se o compararmos com o HEV, mais acessível e mais apto para “longo curso”. Para percursos urbanos e extraurbanos, o Niro EV é o melhor compromisso: condução apelativa e ágil, com motor de 204 CV, boa capacidade de resposta, excelente espaço e bem equipado. É uma boa escolha como um elétrico muito sensato.

Texto Juan Pablo Esteban
Fotos Paulo Calisto

FICHA TÉCNICA