Fim de veículos com motores de combustão: PHEV também em causa

16/07/2021

Na área dos transportes, o pacote legislativo apresentado pela Comissão Europeia traduzir-se-á na venda de automóveis 100% livres de emissões em 2035.

A União Europeia propôs que os Estados-Membros avancem para a proibição efetiva da venda de veículos novos a gasolina e Diesel a partir de 2035, com o objetivo de acelerar a mudança para os veículos 100% elétricos como parte do pacote de medidas para travar o aquecimento global.

Antes de se atingir o corte de 100% nas emissões de CO2 em termos de veículos novos em 2035, a Comissão Europeia sugere, em termos faseados, um corte de 55% nas emissões de CO2 dos automóveis até 2030 face aos níveis de 2021, uma cifra superior à meta existente de uma redução de 37,5%.

Veículos Plug-in em causa também

Nesta contabilidade, Bruxelas aceita que os híbridos plug-in contém como veículos de baixas emissões, até 2030, algo que constitui uma espécie de alívio para muitas marcas de automóveis que têm investido de forma significativa neste género de veículos.

HÍBRIDOS PLUG-IN SÓ SERÃO CONSIDERADOS VEÍCULOS DE BAIXAS EMISSÕES ATÉ 2030. DEPOIS DISSO, TÊM OS DIAS CONTADOS.

Em 2035, os PHEV ficam, todavia, em causa também, dado que, apesar de terem motores elétricos, dispõem de propulsores térmicos.

Também os mild hybrid e os os híbridos convencionais ficam comprometidos com este pacote legislativo proposto pela Comissão Europeia.

TODOS OS AUTOMÓVEIS NOVOS MATRICULADOS A PARTIR DE 2035 TERÃO EMISSÕES NULAS.

“Os automóveis são responsáveis por 12% de todas as emissões de gases com efeito de estufa na Europa e a mudança nas vendas de motores poluentes para totalmente elétricos é um passo crucial para atingir as emissões líquidas zero até meados do século”, saúda a associação Zero.

“Este é o tipo de ambição que esperávamos ver da UE, onde faltou nos últimos anos”, disse Helen Clarkson, responsável do Climate Group, um grupo sem fins lucrativos que trabalha com empresas e governos para enfrentar as mudanças climáticas.

Acabar com motor de combustão interna

“A ciência diz-nos que precisamos de reduzir as emissões em metade até 2030, portanto, para o transporte rodoviário é simples: acabar com o motor de combustão interna”, acrescenta a Climate Group.

A consultoria AlixPartners perspetiva que os construtores e fornecedores globais irão investir 330 bilhões de dólares em eletrificação entre 2021-2025, um aumento de 41% em relação à estimativa de 250 bilhões de dólares para 2020-2024.

A ACEA (Associação de Construtores Europeus de Automóveis), tem, porém, outra perspetiva, considerando que proibir uma tecnologia específica (os motores de combustão interna dentro de década e meia) não é uma maneira racional de avançar, acrescentando que os motores de combustão interna, os híbridos, os 100% elétricos a bateria e as viaturas a hidrogénio têm todos um papel a desempenhar nessa transição.

AS PROPOSTAS DA COMISSÃO TERÃO AGORA DE SER NEGOCIADAS E APROVADAS PELOS ESTADOS-MEMBROS E PELO PARLAMENTO EUROPEU, O QUE PODE DEMORAR CERCA DE DOIS ANOS.