Veículos a hidrogénio, não os elétricos, serão “a próxima tendência”, diz CEO da BMW

23/10/2022

À Bloomberg, Oliver Zipse, CEO da BMW, entende que os veículos a hidrogénio irão ganhar protagonismo crescente, em breve.

A BMW está a engrossar a sua gama com modelos 100% elétricos e assumiu como objetivo que metade dos veículos novos do Grupo sejam BEV (Battery Electric Vehicles) até 2030. No entanto, a visão do presidente da marca parece se outra. Oliver Zipse considera que o hidrogénio, e não as baterias, em breve serão a fonte mais desejável de locomoção automóvel.

Em declarações à Bloomberg, Oliver Zipse sublinhou que, apesar do mercado de hidrogénio ter estado muuto tempo atrás do elétrico, em breve passará para o primeiro plano.

“Depois do carro elétrico, que já dura há cerca de 10 anos e cresce rapidamente, a próxima tendência será o hidrogénio”, diz Zipse à Bloomberg , acrescentando que “quando mais escalável for, o hidrogénio será a tecnologia mais moderna para se conduzir um automóvel”.

Apesar desta profissão de fé no hidrogénio, Oliver Zipse afirmou que a energia elétrica garantida pelos BEV faz sentido em áreas urbanas de países desenvolvidos, onde há acesso imediato à infraestrutura de carregamento. Porém, noutras situações o hidrogénio pode ser uma tecnologia preferível.

“Haverá (em breve) mercados onde teremos de conduzir sem emissões, mas onde não há acesso à infraestrutura de recarga pública. Poder-se-ia argumentar de que também aí não há acesso à infraestrutura de hidrogénio, mas isso é muito simples de fazer: é um depósito que se instala como os depósitos de combustível e que se recarrega a cada seis meses ou 12 meses”, acrescenta Zipse.

“Dizer que, por volta de 2030 ou 2035, no Reino Unido e na Europa haverá apenas um tipo de motorizações é perigoso”, esclareceu Zipse: “Para os clientes, para a indústria, para o emprego, para o clima, de todos os ângulos que se olhar, esse é um caminho perigoso a seguir.”

Dentro do Grupo BMW, outras marcas estão alinhadas com esta visão, designadamente a Rolls-Royce, cujo CEO, Torsten Müller-Ötvös, “não descarta” o cenário, indicando que “no Grupo BMW há uma crença de que este talvez seja o futuro a longo prazo”.