Mais de metade dos condutores quer banir os motores Diesel

24/08/2018

No Reino Unido, um inquérito revela que mais de metade dos condutores é da opinião de que os veículos a gasóleo deveriam ser proibidos nas áreas urbanas devido a preocupações com a qualidade do ar. O cerco ao Diesel continua…

Mais de metade dos condutores britânicos considera que os carros a gasóleo deveriam ser proibidos nas áreas urbanas devido a preocupações com a poluição do ar, revela um inquérito acabado de conhecer.

A proporção de inquiridos que sustenta a proibição dos Diesel aumentou, inclusivamente, para 79% quando a questão é se os carros com motores a gasóleo deveriam ser excluídos das áreas próximas a escolas e hospitais.

Este estudo de opinião indica ainda que quase um terço dos condutores ingleses (29%) entende que deveriam já ser tomadas medidas mais radicais, no sentido dos motores Diesel serem mesmo interditos de circular em todas as estradas.

Estes dados surgem num contexto de fortes críticas para o Diesel, com várias cidades no planeta a impedirem a circulação deste género de automóveis em parte das suas artérias.

A preocupação com os danos causados ​​pela poluição atmosférica transparece, de resto, neste barómetro de opinião, com 70% dos condutores a acreditar que os gases de escape na sua área de residência ou trabalho estavam a prejudicar-lhes a saúde.

Este inquérito resulta da auscultação de duas mil pessoas pela Censuswide para a “Slater and Gordon”, um escritório de advocacia que representa 45 mil automobilistas numa ação coletiva contra a Volkswagen por causa do escândalo de emissões em que a marca alemã se viu envolvida e que ficou conhecido como “Dieselgate”.

De acordo com números do governo inglês divulgados recentemente, entre 28 mil e 36 mil pessoas morrem prematuramente todos os anos no Reino Unido devido à poluição do ar, a qual foi declarada uma questão de emergência em termos de saúde pública por um comité parlamentar há dois anos.

Apesar dos mais recentes modelos a gasóleo produzirem emissões muito baixas de NOx, o facto é que a larga maioria que circula polui mais (ou mesmo muito mais), pelo que, com toda esta conjuntura anti-Diesel, a penetração nas vendas de novos deste tipo de viaturas já deixou para trás o seu ponto auge, não obstante, atualmente, ainda serem a escolha maioritária na Europa.

70% sente-se enganado

Aliás, este levantamento de opinião, indica que 40% dos condutores em terras de Sua Majestade afirmam que não voltará a adquirir um Diesel.

Este estudo mostra que o público tem pouca confiança nos carros a gasóleo, com 70% dos automobilistas a afirmarem terem-se sentido enganados, pois os automóveis foram-lhes vendidos como sendo limpos e ecológicos, atributos que agora, de acordo com estes consumidores, se comprova estarem errados.

Escândalo Diesel teve impacto altamente negativo na indústria

“Os condutores queriam viaturas limpas, verdes e eficientes e agora estão a começar a perceber que lhes venderam uma mentira e os seus veículos não cumprem essa promessa”, refere Gareth Pope, advogado da “Slater and Gordon” para quem “esta pesquisa é a evidência que o escândalo de emissões da VW teve um impacto altamente negativo em toda a indústria.”

Morten Thaysen, elemento da associação ambientalista Greenpeace, é da opinião de que “precisamos de uma mudança rápida para a indústria de carros elétricos para ajudar a limpar o nosso ar e a proteger o nosso clima”.

Construtores põem água na fervura

Por seu lado, Mike Hawes, responsável da associação que agrega as marcas de automóveis no Reino Unido, a SMMT (Society of Motor Manufacturers & Traders), coloca, porém, alguma água na fervura em toda esta polémica: “Carros e furgões Diesel mais limpos podem desempenhar um papel importante na redução das emissões de dióxido de carbono durante a transição para veículos de emissão zero”.

Hawes afirma que qualquer proibição iria dinamitar as vendas de carros novos e mais limpos: “Os motores Diesel modernos continuarão a ser a escolha certa para muitos condutores por alguns anos, proporcionando o acesso ao automóvel a milhões de pessoas, especialmente condutores de longa distância”.

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