Novas gerações querem trabalhar para empresas comprometidas social e ambientalmente

17/02/2020

Além do trabalho e ordenado, as novas gerações têm prioridades diferentes quando se trata de procurar emprego. Fazer parte de empresas preocupadas com a sustentabilidade é uma delas.

A era digital em que vivemos acarreta uma mudança sem precedentes em todos os setores e a todos os níveis, incluindo em termos do recrutamento e da retenção de talentos.

Ciente disso, o fabricante de veículos Seat efetuou uma análise às tendências e desafios do mercado de trabalho atual, tendo concluído que as novas gerações são orientadas por critérios completamente diferentes quando se trata de escolher um emprego.

Um dos traços identificados pela Seat diz respeito ao facto das gerações mais novas pretenderem trabalhar para empresas comprometidas social e ambientalmente.

Flexibilidade, fator mais valorizado

“Os Millennials já são o maior grupo da população ativa. Além do trabalho e do ordenado, eles e os seus seguidores, a Generação Z, estão mais focados noutros aspetos quando se trata de aceitar um emprego. O fator mais valorizado é a flexibilidade. Para eles, o trabalho é uma atividade, não um lugar. E com as novas tecnologias, eles podem fazer o seu trabalho em qualquer lugar e a qualquer momento e, assim, equilibrar não apenas a vida familiar, mas também os hobbies”, afirma a Seat.

Os Millennials são a geração nascida após o início da década de 1980 e até 1995 e, segundo alguns autores, pode estender-se até aos primeiros anos dos anos 2000. Os Millennials foram sucedidos pela Geração Z, a geração de pessoas nascida entre meados dos anos 1990 até o início do ano 2010.

Além disso, “eles querem trabalhar para empresas comprometidas social e ambientalmente e são atraídos pelas marcas que admiram enquanto consumidores. Eles dão prioridade a fazer parte de projetos que os inspiram, sem estruturas hierárquicas, mas juntamente com líderes com os quais podem aprender”, salienta a Seat.
Para a responsável pela aquisição de talento do construror, Oliwia Puppel, é “uma mudança de prioridades que precisamos de levar em consideração se queremos que trabalhem para nós”.

Atrair talento

Na visão de uma empresa, como a Seat, que é recrutadora, o caminho para obter os melhores talentos começa muito antes de os candidatos começarem a procurar emprego. “É importante estabelecer um vínculo com as universidades e desenvolver estratégias para que esses perfis procurados, vejam a empresa como um destino interessante, onde possam desenvolver o seu potencial”, assegura Oliwia Puppel. Uma das maneiras de interagir com o talento é através de experiências como o “Efacec Challenge” ou no caso da marca espanhola, do KickStart Challenge da Seat, onde os alunos demonstram as suas habilidades através da resolução de desafios. Os selecionados optam por estágios de até 12 meses em diferentes áreas.

“Novos perfis digitais são necessários e as empresas de todos os setores competem por eles. É assim que, atualmente, o talento está a ser atraído”, destaca a Seat.

Daí que as equipas de recursos humanos devem adaptar-se rapidamente às novas exigências da digitalização. “A única maneira de enfrentarmos a transformação do setor é ter os melhores profissionais”, assegura Oliwia Puppel que frisa que “na procura deste talento nunca foi tão difícil encontrar a combinação perfeita entre a empresa e a pessoa”.

Mudança de 180 graus

Todas as empresas necessitam, além dos perfis tradicionalmente vinculados ao seu setor, profissionais com os quais possam enfrentar os desafios da digitalização. A Comissão Europeia estima que existam até 750.000 empregos não preenchidos para estes especialistas. Esse novo talento é tão cobiçado que “representa uma mudança de 180 graus no nosso trabalho. Antes, eram os candidatos que vinham até nós para uma oferta de emprego. Agora temos que ir nós atrás deles: saber quem são, como conversar com eles e convencê-los ”, explica Oliwia Puppel.

Outra ideia lançada pela Seat: ao mesmo tempo, a tecnologia avança tão rapidamente que o que hoje é um perfil essencial, amanhã não o é mais. Portanto, além da formação e da experiência, as empresas procuram outras competências, por exemplo, na Seat, especifica Oliwia Puppel, “apostamos em pessoas que questionam o ‘status quo’, que não têm medo de cometer erros, que aprendem com as suas falhas; pessoas criativas e que sabem trabalhar em equipa. Em conclusão, estamos à procura de pensadores avançados”.

Promover bem-estar profissional

“Não é só importante atrair os melhores perfis, mas também retê-los. Existe uma diversidade crescente na força de trabalho, gerações diferentes, culturas diferentes”, refere o fabricante.

Para Oliwia Puppel, “a chave é individualizar, acompanhar cada pessoa para ver que benefícios podem ser oferecidos para promover o seu crescimento e bem-estar profissional.”

“Também devemos levar em consideração que, embora ‘um trabalho fixo para a vida’ seja o Santo Graal há vários anos, o perfil de um profissional inquieto está a ganhar terreno”, destaca a empresa espanhola.

De acordo com uma pesquisa do The Guardian, 90% dos Millennials não pretendem ter o mesmo emprego por mais de cinco anos. “A Seat sempre foi um empregador confiável, com trabalhadores que estão na empresa há mais de 40 anos, mas agora estamos a enfrentar outra realidade. Isso significa mais trabalho para nós, com processos de recrutamento constantes, mas também é gratificante integrar continuamente novas formas de trabalhar ”, conclui Oliwia Puppel.