“O povo de Paris falou de forma inequívoca”, afirmou Anne Hidalgo, a presidente da Câmara Municipal de Paris, enfatizando a segurança viária e a qualidade do ar como motivações principais por trás da decisão.
Anne Hidalgo havia caracterizado anteriormente a medida de aumentar os custos de estacionamento para SUV como um meio de justiça social, visando os automobilistas com maior poder de compra e que ainda não modificaram o seu comportamento em resposta à crise climática. As novas tarifas de estacionamento podem ser implementadas já em setembro, com tarifas horárias para estacionamento na rua definidas para aumentar para 18 euros no centro de Paris e 12 euros noutras partes da cidade para SUV veículos 4×4.
Essas cobranças vão aplicar-se a veículos com peso superior a 1,6 toneladas com motores a combustão ou híbridos, e mais de 2 toneladas para veículos elétricos, isentando o estacionamento dos residentes parisienses.Tony Renucci, diretor do grupo de defesa da qualidade do ar Respire, saudou o resultado da votação como uma vitória para a qualidade de vida dos residentes da cidade, ecoando sentimentos de que Paris está sinalizando que “a presença desses monstros sobre rodas” não é mais bem-vinda nas ruas da cidade.
Emmanuel Grégoire, vice-presidente de Paris, rotulou os SUV como “mais pesados, mais perigosos, mais poluentes. Um desastre ambiental” quando a votação começou.
Esta medida segue o referendo anterior de Paris no ano passado, quando se tornou a primeira capital europeia a proibir scooters elétricos alugadas, indicando um compromisso contínuo com soluções de mobilidade urbana sustentáveis. Sob a liderança de Anne Hidalgo, Paris tem consistentemente aumentado a pressão sobre os motoristas, aumentando as taxas de estacionamento, eliminando gradualmente os veículos a gasóleo e expandindo a rede de ciclovias.
David Belliard, vice-presidente da autarquia parisiense para os Transporte, estimou que cerca de 10% dos veículos em Paris seriam afetados pelo aumento das taxas de estacionamento, potencialmente gerando até 35 milhões de euro em receita anual para a cidade.
O Ministro do Meio Ambiente da França, Christophe Béchu, criticou o acréscimo de taxa para SUV como uma forma de “ambientalismo punitivo”, incentivando, no entanto, os motoristas a optarem por veículos mais leves.