Segurança: Volvo inventa chave que limita a velocidade

20/03/2019

Preocupada com a segurança rodoviária e com o excesso de velocidade, a Volvo fez saber que a partir de 2020 todos os seus MY2021 terão uma chave que pode ser programada para delimitar a velocidade a que cada condutor pode circular. A CARE KEY é especialmente útil em veículos partilhados, o que é o caso dos carros de família usados por pais mas também por filhos recém-encartados.

A Volvo Cars apresentou esta terça-feira na sua sede em Gotemburgo, novas ideias e projetos que reforçam o seu compromisso para com a segurança automóvel demonstrando que o tema continua, hoje, tão atual como em 1927, ano de fundação da empresa.

A Volvo revelou novas ações e avanços tecnológicos que irão contribuir para combater três aspetos considerados como causas de acidentes de viação graves e cuja persistência poderiam comprometer a sua “Visão 2020” que sugere que “ninguém perderá a vida ou ficará gravemente ferido a bordo de um novo Volvo”:

  • o excesso de velocidade
  • a intoxicação
  • e a distração dos condutores.

Excesso de velocidade

No capítulo do excesso de velocidade, o construtor sueco apresentou a CARE KEY. Trata-se de uma chave que será programada para estipular a velocidade máxima que um veículo, conduzido por uma determinada pessoa, poderá atingir.

De série em qualquer novo Volvo a partir do MY21 (2020), esta CARE KEY será uma ferramenta que irá permitir aos condutores definir não só o seu próprio limite de velocidade mas também limites para eventuais familiares ou amigos a quem emprestem os seus carros (nela se incluindo jovens inexperientes com carta de condução tirada há pouco tempo).

No início deste mês, a Volvo anunciou que iria, a partir de 2020, limitar a velocidade máxima dos seus automóveis a 180 km/h.

Hakan Samuelsson, Presidente e CEO da Volvo Cars, reforçou a ideia de, com esta inciativa, querer iniciar a discussão em torno do direito ou até da obrigação dos construtores em instalar tecnologia nos seus automóveis que contribua para uma mudança de comportamento dos condutores.

Agora, que tal tecnologia já se encontra disponível, a questão tona-se ainda mais relevante: “Acreditamos que um construtor automóvel tem a responsabilidade de melhorar a segurança nas estradas. O limite de velocidade que anunciámos recentemente e agora o CARE KEY fazem parte dessa crença. Existem muitas pessoas que até estão na disposição de partilhar os seus automóveis com os seus familiares e amigos mas que não têm a certeza se essa partilha será feita de forma segura. A CARE KEY apresenta-se como uma boa solução para estes casos”.

Para além dos benefícios óbvios em matéria de segurança, os limites à velocidade poderão vir a proporcionar aos clientes Volvo um benefício financeiro adicional.

A empresa está atualmente a convidar, várias seguradoras de diferentes mercados para iniciar conversações com vista à oferta de condições mais vantajosas para a comunidade Volvo que utilize estas inovações de segurança.

As especificações destes acordos irão variar de mercado para mercado mas a Volvo Cars espera anunciar o primeiro destes muito em breve.

“Se pudermos encorajar e apoiar um melhor comportamento dos condutores com tecnologia que ajuda a evitar problemas acreditamos que isso deverá ter um impacto positivo nos prémios de seguro”, afirma Hakan Samuelsson, presidente da Volvo Cars.

Intoxicação e distração

Ainda na conferência que decorreu esta terça-feira, a Volvo Cars deu conta de que aquilo que chama de “intoxicação” e distração ao volante podem e devem também ser combatidas. Isto a bem da segurança rodoviária e da “Visão 2020” que o construtor persegue.

A proposta da marca passa, deste modo, por instalar um sistema de monitorização do condutor no qual seja possível avaliar o seu estado (de vigilância e distração) atrás do volante.

Este sistema, monitorizado por câmaras e outros sensores permitirá a intervenção do automóvel caso o condutor seja claramente identificado como intoxicado, cansado ou distraído e não estiver a responder aos sinais de aviso aumentando assim a probabilidade de acidente.

Intoxicado, cansado ou distraído?
Entre os exemplos de situações que revelam que o condutor está intoxicado, cansado ou distraído temos falta de aplicação de força no volante, olhos fechados durante um período longo de tempo, o atravessar de várias faixas de rodagem duma forma excessiva ou tempos de reação muito lentos.

O nível de intervenção do automóvel será diferente em função do estado do condutor, de num estado inicial em que limitará a velocidade e alertará o serviço de assistência via Volvo on Call ou num estado final, em que irá ativamente travar e estacionar de forma segura.

“No que toca à segurança, pretendemos acima de tudo evitar qualquer tipo de acidentes, para além de minimizar os impactos dos acidentes iminentes. Neste caso, as câmaras irão monitorizar os comportamentos que podem levar a lesões graves ou até à morte”, refere
Henrik Green, vice presidente sénior no departamento de pesquisa e desenvolvimento da Volvo.

“Um sistema de monitorização do condutor é um elemento importante para permitir que o veículo tome, de uma forma ativa, as melhores decisões de forma a evitar acidentes graves”, sublinha a Volvo.

“Imensos acidentes resultam de intoxicação, excesso de álcool, drogas ou simplesmente cansaço extremo. Há pessoas que ainda acreditam poder conduzir depois de terem bebido ou não terem dormido o suficiente e que isso não afeta as suas capacidades na estrada. Grande erro, por vezes fatal. Queremos assegurar que ninguém será colocado numa situação de perigo ainda que tente conduzir neste estado”, destaca Trent Victor, professor e especialista em comportamento dos condutores da Volvo.

A introdução das câmaras em todos os modelos da Volvo será, por isso, realidade na próxima geração de automóveis da plataforma Volvo SPA2 que deverá ocorrer no início de 2020.

Os detalhes relativos ao número exato de câmaras e ao seu posicionamento serão, contudo, revelados mais tarde.

E.V.A (Equal Vehicles for All) e a partilha de dados de segurança

Por seu lado, a marca sueca apresentou neste mesmo evento o Projeto E.V.A (do inglês Equal Vehicles for All – veículos iguais para todos) e revelou que irá partilhar toda a informação recolhida por si ao longo de seis décadas anos de investigação em termos de segurança rodoviária (incluindo estudo de acidentes reais) com toda a indústria automóvel, “a bem da segurança nas estradas, independentemente da marca que cada um escolher”, destaca o construtor.

“A convicção de dar prioridade ao desenvolvimento da sociedade é fundamental para o trabalho da Volvo” – Hakan Samuelsson, presidente da Volvo Cars.

Atrasvés desta projeto E.V.A de partilha de dados de segurança, as marcas concorrentes poderão consultar relatórios e dados de segurança que resultam de 60 anos de pesquisa e investigação da empresa sueca, estando disponíveis num diretório central digital.

Este anúncio está em linha com o compromisso de segurança que faz, de resto, parte da filosofia da Volvo e surge num ano em que se comemoram precisamente 60 anos daquela que é vista por muitos como a principal invenção da história da segurança automóvel – o cinto de segurança de três pontos, introduzido em 1959.

Para a Volvo, a Iniciativa E.V.A. destaca uma questão fundamental que tem sido negligenciada em termos de segurança dos ocupantes: “Temos informação de dezenas de milhares de acidentes rodoviários recolhidos em ambiente real, que nos tem ajudado a melhorar os nossos automóveis, tornando-os o mais seguros possível. Isto significa que estes são fabricados para proteger todas as pessoas, independentemente do seu género, altura ou peso, muito para além do ‘homem padrão’, representado pelos crash test dummies tradicionais”, refere Lotta Jakobsson especialista sénior do Centro de Segurança da Volvo.

Sabia que…
… graças à decisão da Volvo de, em 1959, libertar a patente do cinto de três pontos e partilhar esta invenção com toda a indústria, este elemento de segurança começou a ser utilizado pela generalidade das marcas tornando-se mesmo obrigatório anos mais tarde? Estima-se que, a nível global, mais de 1 milhão de pessoas deva a vida à utilização do cinto de segurança de 3 pontos e muitas mais tenham evitado lesões graves.

Lotta Jakobsson exemplifica: a iniciativa E.V.A. ilustra, com base nos dados, na pesquisa e nos estudos internos da Volvo Cars que as mulheres estão sujeitas a um maior risco de determinadas lesões num acidente automóvel. As diferenças verificadas entre o “homem padrão” e uma mulher a nível anatómico e muscular são muito significativas e fazem com que, por exemplo, nas mulheres o efeito chicote seja sentido com outra intensidade provocando lesões cervicais graves.

Tendo como base estes estudos e dados de acidentes realizados em laboratório, a Volvo Cars criou crash test dummies virtuais para melhor entender os acidentes e assim desenvolver tecnologias de segurança capazes de proteger, de igual modo, homens, mulheres e crianças.

A ideia é que agora todo este manancial de informação possa ser posto ao serviço da sociedade e de demais instituições e empresas.

Entre as tecnologias introduzidas no mercado resultantes desta abordagem de estudar casos reais de acidentes conta-se, em 1998, o WHIPS – Whiplash Protection System(assentos e apoios de cabeça da Volvo).

Outros avanços fruto do trabalho de pesquisa da marca foi o desenvolvimento durante a década de 1990 dos SIPS – Side Impact Protection System (airbags laterais e cortinas infláveis), os quais derivaram da conclusão de que nos impactos laterais reais, demasiadas pessoas sofriam de lesões pela reduzida distância entre a zona de impacto e o ocupante.

Mais recentemente, os dados da Volvo mostraram um problema relacionado com as lesões na coluna lombar de várias pessoas, independentemente do género ou do tamanho das mesmas. Estudos e análises adicionais fizeram com que a Volvo se focasse nos perigos das saídas de estrada. Como resposta a este problema a Volvo apresentou, primeiro na nova geração do XC90 e depois em todos os modelos com a plataforma SPA, um sistema que absorve energia nos assentos muito para além dos requisitos obrigatórios da indústria.

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