Um grupo de empresários juntou-se em Bentonville, no centro dos Estados Unidos, para definir o que seria preciso para poder usar os céus das cidades como via de transporte para pessoas e mercadorias. Apenas a revista Wired, especializada em novas tecnologias, foi autorizada a cobrir o evento. Nessa reunião estavam representantes de empresas como a Google, Uber, TerraFugia, Virgin Galactic e Airbus, mas também da NASA e até o herdeiro da cadeia de supermercados Walmart, o anfitrião deste encontro de mentes. Mas Steuwart Walton não estava tanto interessado em supermercados, mas sim para falar da Game Composites, que está a desenvolver novas técnicas para tornar a produção de fibra de carbono mais eficiente.
A ideia de Steuwart, que tinha começado por desenvolver uma avião de acrobacias, em concentrar-se numa área única de desenvolvimento encontrou rapidamente o apoio de outros projetos semelhantes. Erik Lindbergh, que queria fazer um avião elétrico na sua Verdego Aero, desistiu e preferiu concentrar-se no propulsor elétrico, uma ideia que ainda é vista como pouco prática no mundo da aeronáutica. Nenhuma empresa está interessada em gastar dinheiro numa máquina que não sabe se será autorizada a circular.
O problema para a chegada dos carros voadores é o moroso e tortuoso processo de certificação da FAA (Administração Federal de Aviação), que não sabe como lidar com as ideias revolucionárias associadas ao carro voador: veículo elétrico, arranque vertical e condução autónoma. Tudo isso parece demasiado complicado para os funcionários públicos pouco habituados a mudanças de paradigma no mundo da aeronáutica. Alguns construtores poderão apostar em pilotagem convencional e motores híbridos, para descansar a cabeça dos funcionários da FAA.
Com os Estados Unidos a ficarem para trás face à investigação feita na China e Europa para tornar o carro voador uma realidade, é pouco provável que este veículo chegue a curto ou médio prazo à América como veículo pessoal. O mais provável é que os primeiros carros voadores sejam serviços de táxi ou de turismo, com piloto, deixando o carro voador pessoal e autónomo para depois, assim como os serviços de entregas de mercadorias, para já circunscritos aos drones.