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Porque é que os portugueses não gostam de usar o pisca?

Segurança: Embora o condutor atrás deva manter uma distância ideal para travar, o pisca indica que vai fazer uma manobra em que vai perder de velocidade, seja encostar ou fazer uma mudança de direção. Assim, os outros veículos podem adaptar a sua condução à nova circunstância. E, em caso de ultrapassagem ou mudança de faixa, o pisca serve para pedir na licença para entrar, não para atirar o carro para outra faixa.
Ecologia: Além de causar uma situação de perigo, vai estar a causar poluição sem motivo. Se avisar os outros carros das suas intenções, em vez de travar a fundo, tiram o pé do acelerador e consomem menos combustível, ou adequam o movimento do carro para lidarem consigo como obstáculo com mais facilidade. Assim não é preciso acelerar a fundo para recuperar a velocidade perdida, evitando-se o lançamento desnecessário de mais gases poluentes para a atmosfera.
Legislação: Os Art. 42 e 43 referem as condições em que se podem fazer mudanças de direção, não fazendo qualquer referência a piscas. No entanto, de acordo com o Art. 35 do Código de Estrada, "O condutor só pode efetuar as manobras de [...] mudança de direção [...] por forma que da sua realização não resulte perigo ou embaraço para o trânsito. Quem infringir o disposto no número anterior é sancionado com coima de 120€ a 600€". Por isso, não embarace a viagem dos outros para evitar ficar embaraçado na carteira.

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É uma manobra que acontece todos os dias. O veículo à nossa frente trava de repente e, sem aviso, encosta à berma ou muda de direcção mesmo em cima de um cruzamento. E a única coisa que pudemos fazer foi travar de repente para evitar um acidente. E embora esta pequena distração não nos faça perder mais do que alguns segundos, fez-nos perder as estribeiras. Mas custa assim tanto usar o pisca?

O indicador de mudança de direcção, vulgarmente conhecido como pisca, foi inventado na sua forma atual em 1938 (sistemas semelhantes existiam desde 1906). Popularizou-se durante os anos 50 e 60, mas só em 2013 passou a ser obrigatório em todos os países. Apesar disso, mesmo com gerações de prática, por cá o pisca não é muito famoso. Um estudo realizado pela Prevenção Rodoviária o ano passado comprovou que 46,3 dos portugueses não usam o pisca. Ou seja, quase metade dos portugueses nem se lembram de fazer um pequeno gesto com o indicador.

Isto acontece por mera distração, mas até uma distração representa alguma falta de civismo, por não fazer esforço para mecanizar um gesto simples durante a condução. Afinal, vale a pena usar o pisca por uma variedade de razões. Esperamos que se lembre delas a conduzir.