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‘Saltar’ mudanças em carros de caixa manual estraga?

As caixas de velocidades, sejam manuais ou automáticas, são compostas por engrenagens, sendo que as de conceção manual têm uma conceção que permite a sua gestão quase a 'bel-prazer' por parte do condutor, ao contrário das caixas automáticas, que obrigam a um processo sequencial. Mesmo no caso das caixas manuais, é mais natural proceder a 'saltos' nas subidas de mudanças (entre segunda e quarta, por exemplo) do que nas reduções, mas já lá iremos.
No caso das passagens de caixa para cima, deve-se ter em conta que a rotação do motor irá, muito provavelmente, decair bastante se passar de terceira para quinta velocidade, o que irá causar solavancos incómodos.
Isso poderá ser evitado se na mudança corrente, o regime for aumentado para um patamar superior ao normal – digamos que 'estica' uma mudança num carro a gasolina até às 4000 rpm em terceira. Passar para a quarta velocidade poderá ser desnecessário, assim que... quinta velocidade. Seja como for, suavidade no pedal da embraiagem é requerida.
Nas reduções, porém, há outros cenários: caso a velocidade do veículo seja já reduzida e tenha esquecido a mudança em quarta, pode 'saltar' para segunda, fazendo assim com que o regime do motor, que certamente num caso desses será já bem mais reduzido, fique em equivalência com a mudança escolhida. Ou seja, irá fazer com que a rotação do carro fique na mudança tendencialmente ideal.
No cenário contrário, passar de quinta para segunda com um regime do motor normal e velocidade acima daquela que seria recomendável pode causar problemas para a transmissão e para o motor, em especial para este último. Por outras palavras, reduzir uma mudança para outra muito baixa sem acautelar a correspondente velocidade do veículo poderá provocar um sobre-regime que pode ser prejudicial para a fiabilidade do conjunto.
No entanto, passar de quarta para segunda ou de sexta para quarta não trará grandes problemas desde que, lá está, se acautele a velocidade do veículo e não se exceda o regime máximo do motor (o chamado 'redline').
Por isso, em caso de ultrapassagem é frequente baixar-se duas relações de caixa para assim aumentar o regime de forma rápida sem com isso provocar problemas. Já no caso de estar em quinta a 4000 rpm e baixar para segunda sem perder velocidade não terá boas consequências. Para evitar males maiores, nunca reduza mais do que duas mudanças de cada vez.
Em resumo: 'saltar' mudanças em caixas manuais estraga? Não. Mas deve fazê-lo com alguma cautela nas reduções, adequando as rotações do motor à mudança. Se respeitar essa contingência e não fizer uma redução de sexta para segunda (certamente por engano) 'saltar' mudanças não acarreta grandes problemas de fiabilidade.

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As caixas manuais dos carros não têm hoje grandes segredos, sendo mecanismos mais do que testados ao longo dos anos. Contudo, muitos condutores revelam uma dúvida pertinente quanto ao seu correto manuseamento: saltar mudanças causa danos às engrenagens?

O hábito não é particularmente inédito, sendo quase garantido que todos os condutores já fizeram, por uma vez que fosse, uma passagem de caixa consciente de terceira para quinta ou de sexta para quarta velocidade. Mas vamos por partes em cada uma das imagens acima.