O protótipo AC Nissan com o n.º 22 completou 101 voltas, mais duas do que o Fouquet BV4 Nissan de Gilles Billaut, Antoine Galland, Laurent Fouquet e Hugues Moilet.
A fechar o pódio, igualmente a duas voltas dos vencedores, o Mini All4 Racing dos italianos Michele Cinotto, Michele De Nora, Carlo Cinotto e Pietro Cinotto.
A 22ª edição da prova do ACP ficou marcada pela muita chuva que, a espaços, caiu sobre a vila alentejana.
Com uma pista bastante enlameada, o Fouquet BV4 Nissan com o n.º 3 foi o 1.º líder da competição; contudo, a pressão da concorrência fez com que o quarteto gaulês perdesse o comando da prova. Aliás, nas três primeiras horas, houve três líderes diferentes.
O A.C. Nissan Proto da família Andrade andou sempre entre os mais fortes mas, na fase inicial, nunca conseguiu estar na frente. Até meio da prova houve cinco equipas que lideraram, com destaque para o Mini da X-Raid, líder à passagem da 4.ª hora e, depois, entre a 6.ª e a 12ª. Mas, um toque provocou danos no eixo traseiro do carro desenvolvido na Alemanha. A ida às boxes da equipa italiana fez com que Alexandre Andrade, Cédric Duplé, Yann Morize e Alexandre Deaujon passassem, em definitivo, para o comando, após 13 horas de corrida.A estrutura luso-francesa controlou a seu belo prazer a segunda metade da corrida. ´
Destaque para o Can-Am da equipa de Thierry Charbonnier. O SSV da estrutura francesa alcançou o 4.º posto absoluto.
Outros vencedores
Por categorias, o A.C. Nissan Proto venceu em Endurance e o Mini All4-Racing do quarteto italiano foi o melhor T1.
A vitória na Promoção A foi para Ana Pereira, Cristela Marto, Carla Gameiro e Sílvia Reis (Suzuki Jimny), e o Citroën AX de Manuel Barreto, Rodrigo Daniel, Hugo Batista e Samuel Tiago impôs-se na Promoção B.
Este ano, e a título excecional, o ACP Motorsport decidiu entrega o Troféu Honra e Mérito Domingos Piedade aos vencedores da prova.
A melhor equipa lusa recebeu o Troféu Manuel Mota.
O segredo do recorde
Para o líder da equipa formada por Alexandre Andrade, Cédric Duplé, Yvan Morize e Alexandre Beaujon, o quarteto de pilotos que dividou a condução do AC Nissan com o n.º 22, ganhar uma corrida de 24 horas exige uma disciplina muito forte e uma estratégia bem definida:
«Dizer ao Alexandre (seu filho e um dos pilotos) e ao Cédric (Duplé) para levantarem o pé e gerirem o andamento não é fácil. Eles estão habituados a fazer corridas de seis horas de duração, com um andamento de esganar», sublinhou Mário Andrade.
O responsável pela equipa vencedora, realçou o modo cuidado como que todos contribuíram para mais um triunfo:
»Não podia ser melhor», confessou o antigo piloto.
Rogério Reis, piloto da melhor formação integralmente portuguesa, que teminou no 6.º lugar da geral, estacou o facto de neste tipo de corridas os não profissionais terem hipóteses de brilhar.
«Não nos podemos esquecer que somos todos amadores e a única prova que fazemos é esta», sublinhou.
Para o piloto do MMP Rally Raid, que fez equipa com Amândio Alves, João Silva e Márcio Reis, esta participação não foi isenta de percalços:
«O começo não foi o melhor. Tivemos problemas, logo no início, com os limpa-vidros do carro e fomos obrigados a cumprir voltas muito devagar para chegar às boxes. Depois, arrancámos uma roda. Estivemos parados na box e caímos para fora dos 50 primeiros. Mas, depois foi sempre a andar, nunca mais tivemos problemas e conseguimos acabar entre os dez melhores», realçou Rogério Reis no final de mais uma memorável edição das BP Ultimate 24 Horas TT Vila de Fronteira, a grande festa de final de temporada.
