GP de Espanha: Estratégia e velocidade deram triunfo a Lewis Hamilton em Barcelona

Nem todos os triunfos de Lewis Hamilton assentam na velocidade pura do piloto e do seu Mercedes-AMG. Por vezes, o britânico junta-lhe igualmente uma vertente estratégica, como aquela que o levou ao triunfo no GP de Barcelona de Fórmula 1, batendo Max Verstappen (Red Bull Honda) numa luta a dois que, no final, deu a Hamilton mais razões para sorrir.

O britânico parou por duas ocasiões, materializando uma estratégia de duas paragens nas boxes para superar Max Verstappen, que tudo fez para terminar a corrida com apenas uma paragem. Porém, a estratégia da equipa de Milton Keynes não funcionou e, apesar de ter comandado a maior parte das voltas da corrida, o piloto holandês teve de se vergar à superioridade de Hamilton a apenas seis voltas do fim.

Tendo arrancado da pole position, Hamilton acabou por ser batido no arranque por Verstappen, que partiu de segundo e não se coibiu de se ‘mostrar’ ao piloto da Mercedes-AMG na primeira curva, assumindo dessa forma o comando à frente de Hamilton, enquanto Charles Leclerc (Ferrari) aproveitou para superar Valtteri Bottas (Mercedes-AMG) para ficar com o terceiro posto. Esta circunstância acabou por ser determinante para o finlandês, que perdeu o contacto com o duo da frente de forma irreversível.

Porém, foi o duelo pelo triunfo que concentrou as atenções. Hamilton parou primeiro e, mesmo com um atraso na operação de troca de pneus no carro de Verstappen, não conseguiu superar o holandês, colando-se de novo à traseira do Red Bull até que na volta 42 voltou a rumar às boxes para montar outro jogo de pneus. Caindo para quarto, a mais de 20 segundos do líder, encetou uma recuperação impressionante, ultrapassando Bottas (entretanto isolado no terceiro posto e com ordens para não ‘atrapalhar’ o seu colega de equipa) e chegando-se de novo a Verstappen, que não teve argumentos para travar a maior velocidade do Mercedes-AMG, que contou ainda com a ajuda do DRS para consumar a ultrapassagem na 60ª volta.

Quando Hamilton subiu ao primeiro posto, Verstappen resignou-se e fez uma segunda paragem para equipar macios e registar a volta mais rápida do Grande Prémio de Espanha, numa fraca consolação para quem liderou a corrida durante a sua grande maioria. Bottas terminou na terceira posição e começa a remeter-se cada vez mais a uma posição de auxiliar a Hamilton na sua luta contra Verstappen.

Depois da boa réplica inicial, Leclerc terminou em quarto, mostrando os progressos da Ferrari, mas também deixando claro que a luta da marca italiana será pela de melhor dos ‘outros’, algo que conseguiu nesta prova, batendo o segundo Red Bull de Sérgio Perez, os McLaren e os Alpine.

Tendo partido de uma posição pouco condizente com a valia do monolugar, Perez recuperou até ao quinto posto, superando Daniel Ricciardo (McLaren) que, na fase final da prova, teve de se defender da aproximação de Carlos Sainz (Ferrari), acabando o espanhol por ficar com o sétimo lugar. Lando Norris (McLaren) ficou logo a seguir, à frente de Esteban Ocon (Alpine), ao passo que Pierre Gasly (AlphaTauri Honda) recuperou de uma penalização de cinco segundos para terminar em décimo, arrecadando assim o último ponto. Note-se que as duas últimas posições dos pontos foram bastante disputadas, envolvendo nas voltas finais diversos pilotos, como os que acima foram apontados, mas também Lance Stroll (Aston Martin), Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) e Sebastian Vettel (Aston Martin). Fernando Alonso (Alpine) também esteve na luta, mas acabou por ter dificuldades com os pneus e terminou em 17º.