Fique desde já com esta ideia: o Hyundai i10 de nova geração é um enorme progresso em todos os sentidos. O modelo citadino da marca sul-coreana foi ao ginásio, tonificou-se e está mais preparado do que nunca para enfrentar os seus concorrentes num segmento que tem vindo a perder algum espaço, mas no qual a Hyundai permanece de ‘pedra e cal’.

Não é só o aspeto que é novo: praticamente todos os elementos do novo i10 foram criados de raiz, num modelo que foi pensado e testado para os clientes europeus, que são conhecidos pela sua exigência. O primeiro ponto que se destaca é o visual. O modelo, que será fabricado na Turquia, tem um desenho bastante mais agressivo, destacando-se pela grelha ampla a toda a largura da dianteira, a par das cavas das rodas mais amplas que permitem acomodar rodas de maiores dimensões. Ainda na grelha, duas luzes diurnas de LED em envolvência circular e, no capot, dois vincos de carácter que lhe assentam que nem uma luva. Poder-se-ia dizer que a Hyundai acertou em cheio no desenho deste carro.

Em termos de dimensões, com 3,67 metros, o novo i10 cresceu no comprimento (5 mm) e na distância entre eixos, aqui de forma bem mais evidente, tratando-se de um ganho de 40 mm, o que lhe concede uma maior funcionalidade no interior. Efetivamente, a par dos 252 litros de bagageira, um dos grandes pontos de referência do novo i10 é a aptidão para receber até cinco passageiros, sobressaindo pela amplitude nos lugares traseiros, que nos pareceu entre as melhores do segmento.

O interior combina um visual tradicional do segmento A, com plásticos predominantemente duros, mas com um desenho muito apelativo, sobretudo pela inclusão do ecrã central tátil de 8.0 polegadas, muito bem colocado, com um novo sistema de infoentretenimento, mais intuitivo e com conexão aos smartphones e aos sistemas operativos Apple CarPlay e Android Auto. O ambiente interior pode ser combinado em duas cores, numa particularidade que lhe aporta maior jovialidade. A construção pareceu-nos, também, correta e funcional. Outros equipamentos a bordo que são muito úteis são o carregador sem fios para smartphone ou os diversos sistemas de assistência à condução e de segurança. Neste capítulo, também muito bem conseguido o novo i10.

Gama de motores

Este novo i10 terá dois motores a gasolina de início, sendo que mais tarde aparecerá um terceiro motor exclusivo para uma variante N Line de visual mais desportivo. Regressando aos modelos de lançamento, a marca terá um bloco 1.0 MPI de três cilindros com 67 CV de potência e 96 Nm de binário, a par de um 1.2 MPI de quatro cilindros com 84 CV e 118 Nm. Ambos podem ser associados a caixas automatizadas de cinco velocidades, embora de série venha com uma caixa manual de cinco velocidades.
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Na apresentação internacional que decorreu em Portugal, pudemos efetuar um primeiro contacto com dois dos modelos da nova gama. Para o trajeto mais longo, recorremos a um i10 com motor 1.2 de 84 CV associado à dita caixa automatizada (que tem um custo de 1000€). Em primeiro lugar, importa referir a evolução na condução: sente-se estável e composto, mesmo em autoestrada, com direção bem afinada e amortecimento muito competente, quer em piso mais rugoso, quer em estradas mais serpenteantes. No primeiro contacto, deixou muito boa impressão, sem que seja um desportivo – nem a isso almeja.

Por outro lado, fique também com a ideia de que a versão com caixa automatizada é bastante interessante para quem pretende usar o i10 sobretudo em percursos urbanos, preferindo a tranquilidade de não se preocupar com as passagens de caixa nas previsíveis tardes de engarrafamentos nos seus trajetos quotidianos. Mas, se utilizar este i10 em percursos de autoestrada, perceberá, por exemplo, o ligeiro soluço nas passagens de caixa, que interrompe, de certa forma, o ímpeto na condução. A aceleração dos zero aos 100 km/h em 15,8 segundos demonstra a necessidade de ser paciente com este motor 1.2 que se revela muito mais animado na vertente de caixa manual, que utilizamos num trajeto curto para sentir o seu ‘pulso’. Aqui, o motor parece ganhar outra vida, sendo mais elástico e divertido de utilizar. O ritmo é mais despachado e o i10 ganha igualmente outra desenvoltura. Mas, não existem muitas mais ilações a retirar, já que o trajeto foi muito curto para avaliações mais profundas.

E o terceiro motor?

Afinal, havia outro: o terceiro motor para a gama i10 da Hyundai será o 1.0 T-GDI de 100 CV, de três cilindros e sobrealimentado, que promete outros ritmos e prestações mais intensas em associação com a linha de equipamento N Line, mais desportiva e visualmente distinta. A Hyundai ainda não declarou os valores de prestações, mas é de esperar que o i10 N Line possa rubricar uma aceleração dos zero aos 100 km/ em redor dos dez segundos. Mas, longe ainda da sua comercialização (apenas no segundo semestre de 2020), será preciso esperar por mais dados oficiais.

Os preços começam nos 12.200€ para o MPi de 67 CV com campanha de financiamento da marca (ou 14.100€ de base sem despesas e pintura), sendo o custo da caixa automatizada de 1000€.

Em suma

O primeiro teste com o novo i10 da Hyundai revela uma maturidade surpreendente para um citadino, com solidez de construção e de condução que o posiciona numa posição de topo no segmento A. Na primeira abordagem, se sobressaem qualidades como a segurança na condução e o equipamento, também nos pareceu no contacto com o 1.2 MPI de 84 CV que a opção pela caixa automatizada (com um custo suplementar de 1000€ face à caixa manual) deve ser preferencial apenas em casos muito específicos. Desenvolto na dinâmica e bem conseguido no desenho, o novo i10 tem tudo para liderar as escolhas na cidade.

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