Um dos SUV compactos mais bem-sucedidos do mercado, o Arona, conhece a sua expressão mais dinâmica na versão com o motor 1.5 TSI evo a gasolina de 150 CV que lhe permite destacar-se na grande selva dos SUV urbanos. Um espanhol com muita alma e uma postura de condução que é das mais divertidas.
Na autêntica enchente de modelos de estilo SUV, a SEAT acertou em cheio num modelo compacto, de visual jovem e que tem uma orientação vincada para o dinamismo de condução, algo que a marca de Barcelona desde sempre procurou estabelecer.
Relativamente compacto, com apenas 4,1 metros de comprimento, o Arona oferece uma condução realmente divertida, movendo-se com agilidade, não só dentro da cidade (elogie-se a brecagem), mas também em percursos de estrada aberta, com um acerto algo mais orientado para a firmeza, mas que oferece, em contrapartida, uma competência em curva que é assinalável para um pequeno SUV, ocultando bem o rolamento da carroçaria e, com isso, permitindo que a suspensão faça um ótimo trabalho em curva, mantendo uma noção de estabilidade que é deveras interessante apesar dos seus 19 cm de altura ao solo.
Junte-se ainda a direção muito precisa e o Arona nesta variante de equipamento FR, com alguns apontamentos desportivos, mostra que a SEAT acertou em cheio na receita dinâmica.
Tudo isso com a benesse de um motor evoluído 1.5 TSI evo que alia potência e disponibilidade, deixando assim tirar todo o partido deste chassis (plataforma MQB A0), mas que não ignora a sustentabilidade e a economia graças à possibilidade de desativar dois dos seus quatro cilindros em fases de menor carga no acelerador ou, quando a circulação em plano permite rolar pela inércia.
Os seus 150 CV são muito mais exemplo de progressividade do que exuberância, servindo de companhia, sobretudo, para longas viagens, dando-lhe a capacidade de maiores ritmos sempre que necessário, a par de recuperações fortes, graças aos seus 250 Nm às 1500 rpm e é aqui que reside um dos predicados da sensação muito convincente de condução. O 1.5 TSI Evo é assim capaz de acelerar dos zero aos 100 km/h em apenas 8,2 segundos, numa demonstração de força que é de salientar, sem que o consumo seja também elevado, com o nosso registo de 5,5 l/100 km a ser elogiável.
Os modos de condução, entre o Eco, Normal, Sport e Individual, são pouco notórios, mesmo que haja um fôlego ligeiramente maior no modo Sport. Porém, não conte com uma transfiguração de carácter.
Habitáculo à medida
O interior, quase decalcado do Ibiza, revela construção muito boa, embora pecando pelo excesso de plásticos a bordo, mesmo que se possam considerar de muito bom aspeto. Percebe-se que estamos a bordo de um modelo de segmento B, mesmo que num formato SUV que lhe dê uma maior robustez.
Seja como for, o interior da versão FR destaca-se pelo volante desportivo, pelo painel de instrumentos digital (309€) com diferentes modos de visualização e pela habitabilidade preferencial para quatro adultos – cinco só em casos raros, uma vez que a sua largura interior não é das melhores. Mas, no resto, está na média do segmento, não sobressaindo, mas também imune a apertos em altura e em comprimento para as pernas.
Já a bagageira é bem mais elogiável, pelos seus 400 litros disponíveis e amplitude do bocal de carga.
Entre os elementos de série do FR, que tem um custo de 26.111€, encontram-se as jantes de liga leve de 17 polegadas ‘Dynamic’, os Perfis de condução SEAT, o tejadilho em preto ou cinza e o cruise control, entre outros itens que valorizam este modelo, embora o seu preço fique já numa faixa de preço que o pode aproximar de modelos de segmentos acima, sobretudo quando equipado com o motor 1.5 TSI evo. Entre os opcionais, itens como o sistema de som Beats de sete altifalantes com subwoofer (500€), painel de instrumentos digital (309€), pintura metalizada (500€) e pacote Connectivity Plus (500€) com navegação e ecrã tátil de 8.0 polegadas.
VEREDICTO
O SEAT Arona é um dos mais bem apetrechados conjuntos dinâmicos em termos de condução, pelo que o motor 1.5 TSI evo de 150 CV é uma preciosa ajuda para estabelecê-lo como uma das propostas mais fortes, mesmo que a troco de um preço algo elevado a que se juntam ainda alguns equipamentos opcionais que podem fazer aumentar o custo final.
Jovial e com um interior adequado – sem brilhar no espaço – mas com uma bagageira ampla, o Arona pode ser mais do que um carro para jovens, pode também ser uma entrada (ou saída?) para pequenas famílias que gostam de uma aura ‘forever young’ e que valorizam também a vertente da condução.