Novo Nissan Juke: o SUV que não deixa ninguém indiferente

13/10/2019

Uma década muda muita coisa. E o novo Nissan Juke é precisamente um efeito desse mesmo ciclo de mudança. Em 2009, o mais pequeno dos crossovers da marca japonesa surgiu no mercado com uma postura única, quase arrogante na sua ideia de que se ‘ama ou se odeia’, prefigurando novos princípios de funcionalidade e de estética. Os mesmos que, cerca de dez anos depois, podem ser reencontrados na nova geração deste SUV de segmento B. Mas – detalhe importante –, o Juke deixou de estar sozinho no seu segmento, tendo agora mais de uma vintena de concorrentes pela frente, o que não retira o alento à Nissan, que quer voltar à luta pelos lugares cimeiros das vendas em Portugal. O novo Juke chega em novembro aos concessionários, mas as encomendas já podem ser feitas com um preço a partir dos 19.900€.

“Pode-se amar ou odiar, mas ninguém fica indiferente ao Juke”. A frase é da autoria de Ekaterina Apushkina, diretora de marketing da Nissan, reconhecendo aquela que é uma das armas do pequeno crossover (já não tão pequeno…) da marca nipónica – o seu desenho vincadamente diferente. Mas, agora, com muitos outros atributos.

Com mais de um milhão de unidades vendidas na Europa desde o lançamento no Velho Continente em 2010 (14 mil em Portugal), o Juke tornou-se num dos ‘best-sellers’ da Nissan, secundando o Qashqai na demonstração de que os SUV estariam no caminho para o domínio do mercado automóvel europeu. Exercício arrojado na estética exterior e interior, a mesma filosofia presidiu ao nascimento da segunda geração, agora mais suavizada no seu visual para chegar a mais clientes. Mas, fá-lo brandindo também outros atributos, sendo o da tecnologia de conectividade e de segurança claramente um ponto a seu favor.

Os engenheiros da marca sabem que a conectividade é um dos pontos que os seus clientes mais valorizam nos automóveis de nova geração, pelo que o novo Juke surge repleto de novas funcionalidades, às quais regressaremos mais tarde. Para já…

Forma e função unidas

O primeiro Juke não negava concessões fortes ao design, mas neste novo modelo o estilo teve de sujeitar-se, de certa forma, ao princípio da funcionalidade. Cresceu em todos os sentidos e as jantes de 19 polegadas – uma particularidade no segmento, mas há mais pequenas para o Juke também – conferem-lhe uma outra presença na estrada, com robustez sublinhada pelas arestas da carroçaria e musculatura de ‘ombros’.

A equipa de design da Nissan procurou dotar o novo SUV de visual sempre irreverente e jovem, mas respondendo também às necessidades de eficiência aerodinâmica. Assim, em destaque na dianteira está a nova imagem da Nissan, com a grelha ‘V-Motion’ a envolver-se com as luzes diurnas em LED na parte superior e a iluminação principal (também em LED, de série) na parte inferior e com uma assinatura em ‘Y’, prosseguindo assim com a tendência de separação nos grupos óticos, algo que no primeiro Juke era quase uma exclusividade e que hoje se aplica também noutros modelos como o Hyundai Kauai ou no Skoda Kamiq.

Em conversa com Matt Weaver, diretor de design da marca, soubemos que, “quando o primeiro Juke apareceu, algumas marcas riram-se de nós pelos dois grupos óticos separados na frente, hoje têm uma gama com diversos modelos desenhados assim”…

De perfil, a marca apelida-o de crossover coupé, devido à sua linha de tejadilho suavizada e pequena saliência traseira. Também aqui, farolins com tecnologia LED de série.

Aumentou 75 mm no comprimento (para 4210 mm), 29 mm na largura (1800 mm) e 30 mm na altura (1595 mm), numa correspondência com o aumento na distância entre eixos, que também aumentou 105 mm (para 2636 mm). Mas, nem por isso, o peso aumentou – com efeito, o novo Juke consegue ser 23 kg mais leve (dependendo da versão), graças à utilização de aço de resistência ultra-elevada, ao mesmo tempo aumentando a rigidez torsional em 13% – a marca aponta um peso de 1123 kg. Melhor estabilidade e maior segurança, como pudemos comprovar, depois, nos ensaios de estrada.

A plataforma utilizada é a CMF-B, que é partilhada com a Renault na Aliança e que, quando foi desenvolvida entre as integrantes da parceria, foi já pensada para este modelo da Nissan, tendo este uma melhor competência dinâmica. Reconhecendo que o anterior Juke era excessivamente firme, sobretudo em mau piso, a preocupação com a obtenção de um compromisso mais delicado entre conforto e dinamismo foi primordial, com todos os elementos de ligação ao solo a serem específicos da Nissan.

Qualidade acrescida

A bordo, a qualidade percebida dá um grande salto em frente. Os materiais macios ao toque aumentaram em número (no tablier ou na consola central), mas também não abdica dos plásticos rugosos, para a natural contenção de custos. Regra geral, boa competência na montagem e painéis bem alinhados no habitáculo. Também o espaço ganhou sobremaneira com o aumento de dimensões, nomeadamente atrás, onde os lugares permitem agora acomodar melhor adultos mais altos (de acordo com a marca, o espaço para as pernas nos bancos traseiros cresceu 5,8 cm, ganhando também 1,1 cm no espaço entre assento e tejadilho). A Nissan aponta a possibilidade de sentar adultos até 1,94 m, o que se afigura como uma grande melhoria face ao modelo anterior, limitado no espaço para as pernas, na altura e no acesso aos lugares posteriores. Melhorias evidentes na nova geração.

O mesmo se aplica à bagageira, agora disponibilizando 422 litros e bocal de carga mais amplo, sendo por isso mais competente no momento de viajar para mais longe

Motor só a gasolina

A tendência do segmento é a gasolina e a Nissan não quer fugir à mesma. O novo Juke apenas conta com um bloco no lançamento, na forma do 1.0 DIG-T de 117 CV de três cilindros e injeção direta, podendo ser associado a caixa manual de seis velocidades ou a automática de sete com desenvolvimento da Getrag (sempre com patilhas atrás do volante para trocas de mudança). Proposto como um bom equilíbrio entre consumos e prestações – num momento em que o mercado europeu se prepara para apertar malhas nas emissões –, o pequeno motor turbo tem prestações agradáveis, mesmo se não propriamente desportivas. A aceleração dos zero aos 100 km/h cumpre-se em 10,4 segundos no caso da variante manual e em 11,1 segundos no da automática.

Por agora, o segredo é ‘rei e senhor’ na casa nipónica e ninguém fala noutras variantes de motorização, mas Diesel, sabe-se já, desaparece do mapa. Sobra a eletrificação, prevendo-se a chegada de variante híbrida para uma fase posterior. Nota, também, para os modos de condução que atuam na parametrização do acelerador, direção e passagens de caixa, com a Nissan a salientar que foi feito um esforço para a sua diferenciação. Ao modo Sport corresponde maior reatividade de acelerador e mais peso na direção, enquanto ao ECO corresponde maior pacatez e suavidade na entrega da potência.

Ainda no capítulo técnico, a Nissan trabalhou nas ligações ao solo, como já atrás foi referido, com novos amortecedores, novo Controlo de Estabilidade (ESP), novo sistema de travagem, nova geometria da suspensão e acerto da direção distinto.

Tecnologia reforçada

Como forte aposta, conectividade reforçada. Reconhecendo que os seus potenciais clientes são da geração do imediatismo, deu-se grande atenção ao fomento tecnológico. Ecrã de 8.0” na consola central alberga o novo sistema da marca, para aquele que é referido como o Nissan mais tecnológico a nível global. Um sistema que aceita Apple CarPlay e Android Auto, além de navegação TomTom com informação em tempo real, a par de chamada de emergência com comunicação direta e partilha de informações com serviços de emergência em caso de acidente. Por outro lado, a aplicação disponível para smartphone procura também trazer outras funcionalidades para o proprietário, como os alertas de segurança da viatura, estado das portas, vidros ou das luzes, bem como informações do estado geral do automóvel. Pode, também, conceder autorizações para utilização num determinado período temporal ou funcionar como localizador em caso de roubo. Estes serviços dividem-se entre elementos de série e pagos.

Mais inovadora é a interação com o Google Assistant, que permite, por exemplo, ao condutor que esteja em casa saber a pressão dos pneus ou enviar uma rota de navegação diretamente para o carro. Quando lá chegar é só dar início ao caminho. Este serviço apenas estará disponível em janeiro de 2020 no mercado nacional.

A gama terá por base os níveis já conhecidos Visia (inclui iluminação LED, ecrã de bordo TFT de 4” e ar condicionado, entre outros elementos), Acenta (que junta as jantes de 17”, ecrã tátil de 8”, Apple CarPlay e Android Auto, câmara traseira, sensores de estacionamento traseiros e reconhecimento de voz, entre outros), N-Connecta e, no topo, níveis Tekna e N-Design, congregando este último uma grande parte do equipamento para facilitar a vida aos compradores no processo de personalização. Um plano ‘simplex’ pela Nissan.

Os preços arrancam nos 19.990 euros no nível Visia, passando para os 21.050 do Acenta e chegando aos 22.600 do N-Connecta. No entanto, há a possibilidade de adquirir o novo Juke por 16.400 euros, caso se cumpram todos os requisitos de todas as campanhas e promoções.

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