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Renault aposta em gama complementar entre elétricos e motores de combustão

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Com a Renault a preparar uma ofensiva de produto muito clara no setor elétrico, a marca francesa antecipa uma estratégia em que a sua gama de automóveis estará cada vez mais dividida entre veículos com motor de combustão interna e elétrica, potencialmente, sem ligação entre si.

Com o Austral e com o Espace, este último revelado esta semana, a Renault reforçou a sua ideia de que está empenhada na eletrificação, mas também na variedade de uma gama capaz de atender a diferentes tipos de utilizador. Ambos construídos sobre a plataforma CMF-CD da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, têm como principal força a motorização híbrida Full Hybrid E-Tech, sobretudo no caso da Espace, que tem apenas essa motorização em exclusivo, com 200 CV de potência.

Porém, uma versão 100% elétrica não deverá estar nas ‘cartas’ para o Espace, sendo esse papel reservado para uma versão análoga produzida em plataforma elétrica, o Scénic. Esta é aliás uma demonstração do papel de complementaridade entre modelos em que a Renault está a trabalhar, como nos garantiu em Paris, durante a revelação do Espace de nova geração, o CEO da Renault, Fabrice Cambolive.

“Se olharem para a forma como construímos a nossa gama, por um lado é muito simples, mas por outro é muito complementar e muito cautelosa. Por exemplo, se tiverem em conta um cliente que entra num concessionário da Renault em Lisboa e que quer um automóvel do segmento B, ele poderá escolher entre um Clio e um Captur em versões Full-Hybrid ou entre um 4 e 5 elétricos”, começa por responder quando interrogado sobre esta estratégia.

“No segmento acima, ele poderá escolher entre o Arkana e o Austral híbridos e os Mégane e Scénic elétricos. Mais tarde, juntaremos ao segmento D um novo patamar de complementaridade na gama. Por isso, sim, exploramos essa complementaridade”, completou.

Falando antes de se conhecerem as alterações à proposta final da Comissão Europeia (CE) para incluir os ‘e-fuels’ como exceção na proibição de venda de automóveis com motor de combustão a partir de 2035, Cambolive admitiu que, qualquer que fosse o resultado, “pouco muda” para a Renault.

“Dissemos [no Salão de] Paris que até ao final de 2030 seremos 100% elétricos e não mudamos nada. Penso que o que vimos nos dois últimos anos foi um grande crescimento dos veículos elétricos no mercado, também em Portugal. O essencial para nós é que, até lá, mantemos uma oferta dupla: temos a capacidade ser sermos muito competitivos com os modelos de motor de combustão nestes híbridos sem necessidade de carregar e, por outro lado, teremos os 100% elétricos em plataformas dedicadas. Ou seja, temos a capacidade de nos ajustar consoante as necessidades”, reforçou.