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Seis automóveis que foram um erro de casting

Alfa Romeo Arna Tentando penetrar no crescente mercado dos citadinos, a Alfa Romeo estabeleceu uma parceria com a Nissan para vender o Cherry com um logótipo da Alfa na grelha do radiador, a partir de 1983. O carro também recebeu modificações, incluindo motores Alfasud Boxer, transmissão italiana e suspensão mais desportiva. A combinação de design quadradão e falta de qualidade de construção levaram a que apenas 53 mil carros fossem vendidos em quatro anos. A Alfa quase fechou e foi comprada pela Fiat, que terminou a produção.
Citroën SM Em 1970, a Citroën era dona da Maserati, pelo que resolveu usar os motores desta no seu primeiro modelo desportivo, o SM. Este coupé tinha um comportamento dinâmico superior ao de qualquer outro carro no segmento, mas o seu motor 2.7 V6 de 170 cv era menos potente que o de qualquer GT semelhante no mercado. Os custos de desenvolvimento foram altíssimos, pois foram criadas tecnologias nunca antes usadas, como suspensão auto-nivelável, faróis que apontam na direção da curva e direção assistida variável. Menos de 13 mil carros construídos, e a Peugeot teve que salvar a Citroën. A tecnologia foi depois usada no Citroën CX e Maserati Merak.
Fiat Croma A Fiat tentou regressar ao segmento dos familiares de grande porte em 2005, e para isso pediu ajuda à Opel, na altura sua associada. A marca alemã forneceu a base mecânica do Opel Vectra e a Fiat colocou uma carroçaria de carrinha alta, tentando atacar também os monovolumes de grandes dimensões. Mas a falta de imagem da Fiat neste segmento levou a que o entusiasmo inicial se transformasse em desinteresse. O Croma era bastante espaçoso mas tinha alguns detalhes questionáveis, principalmente na ergonomia do habitáculo.
Renault Avantime Um dos fracassos mais famosos do novo milénio, o Renault Avantime foi descrito como "a resposta a uma pergunta que ninguém fez". A Renault decidiu produzir esta mistura estranha de monovolume e coupé em 2001, depois de uma resposta favorável do público ao protótipo. No entanto, era mais caro e menos prático que o Espace, difícil de estacionar devido às suas dimensões e visibilidade traseira, e até difícil de construir devido ao design. Apenas 8557 unidades foram construídas, e levou ao fim da parceria com a Matra para a construção dos monovolumes da Renault. No entanto, como é um carro raro, é bastante apreciado por um grupo restrito de colecionadores europeus.
SEAT Exeo A geração B7 do Audi A4 tinha sido bem recebida pelo pública durante os cinco anos que esteve no mercado, mas deu lugar a uma nova geração em 2008. Assim, o Grupo VW resolveui reciclar a plataforma criando o primeiro modelo executivo da SEAT, o Exeo. No entanto, mesmo com 76 mil unidades vendidas, não gerou interesse suficiente para justificar a presença da marca espanhola no segmento, até porque a popularidade da SEAT nos últimos anos é assente numa imagem desportiva a preço acessível, e o Exeo era mais caro do que as pessoas estavam dispostas a pagar por uma berlina ou carrinha da marca.
Volkswagen Phaeton Em 2002, a marca cujo nome significa "carro do povo" criou o seu primeiro "carro para elites". O Volkswagen Phaeton tinha dimensões comparáveis às de um Audi A8 e pretendia ligar uma nova imagem de luxo à sua reconhecida qualidade de construção. No entanto, falhou em penetrar num mercado dominado pelas marcas premium, precisamente porque ninguém com uma conta bancária recheada queria um modelo de uma marca generalista. Foram produzidas 85 mil unidades, mas o carro permaneceu no mercado praticamente sem alterações durante 14 anos, provando que a VW não estava muito interessada em manter-se neste segmento.

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É perfeitamente normal ver as marcas a criarem automóveis novos para mercados onde antes não estavam presentes. Afinal, é preciso onde estão os clientes, e se as preferências destes mudam, as marcas têm que mudar com eles. Há 10 anos, poucas marcas tinham um SUV, hoje quem não as tem são exceções. Mas existem carros que não chamaram a atenção do público, por vários motivos. Foram erros de casting, que custaram às marcas em recursos e imagem.

Entrar em segmentos como os automóveis desportivos de grande turismo, as berlinas de luxo, ou mesmo nos citadinos, não é fácil se uma marca não está habituada a concorrer nesse segmento. Mesmo quando faz parte de um grupo grande onde as marcas irmãs têm sucesso nessas mesmas áreas. Outros carros falharam por não especificarem bem a que tipo de público se dirigiam. Em termos de vendas, o sucesso é considerado variável. Alguns até venderam bem, mas não o suficiente para justificar a presença nesse mercado.