Publicidade Continue a leitura a seguir

Dan Gurney, o bom gigante

Um sorriso de Hollywood e quase dois metros de altura com o capacete
Gurney foi um dos pilotos dos Shelby Cobra
Gurney conseguiu a única vitória da Porsche na F1
Testes nas 500 Milhas de Indianápolis
O AAR Gurney Eagle
Com A. J. Foyt venceu as 24 Horas de Le Mans, em 1967
No Circuito da Boavista, GP de Portugal de 1960, Gurney partiu da primeira fila
Dan Gurney era presença habitual nos melhores eventos de automóveis históricos

Publicidade Continue a leitura a seguir

Daniel Sexton Gurney nasceu em Port Jefferson, no estado de Nova Iorque, a 13 de Abril de 1931, mas quando era adolescente, a família mudou-se para Los Angeles, na Califórnia.

Gurney envolveu-se no mundo dos hot rods e das provas de velocidade nos lagos salgados. Preparava e conduzia o seu próprio automóvel com bastante sucesso.

Depois de dois anos de serviço militar, dedicou-se em definitivo à sua paixão, que era o desporto automóvel.

Só no final dos anos 50 começaria a dar nas vistas e nunca mais parou. Rápido e com grande sensibilidade para a mecânica, tinha sucesso tanto nas provas curtas como nas que exigiam maior resistência.

Com o apoio directo de Luigi Chinetti, que era o importador Ferrari para os Estados Unidos, Dan Gurney teve acesso aos melhores automóveis e também a possibilidade de começar a correr na Europa.

Rapidamente cativou donos de equipa, a começar por Enzo Ferrari, e até os adversários, que admiravam a sua rapidez e consistência quase tanto quanto o seu carácter e simpatia.

Com 1,93 m e um sorriso digno de Hollywood, Gurney era o sonho que qualquer anunciante, mas o pesadelo de qualquer construtor, que tinha que garantir mais alguns centímetros no habitáculo para o acomodar.

O Ford GT40 tem aquela bolha no tejadilho para acomodar Dan Gurney e o seu capacete!

Na Fórmula 1, para além da Ferrari, correu pela BRM, Porsche (conseguindo a única vitória do construtor na disciplina), Brabham e McLaren.

Quanto à sua passagem pelo nosso país, em 1959 terminou o GP de Portugal na terceira posição, com o Ferrari Dino 246 F1. No ano seguinte, no circuito da Boavista, rubricou o segundo tempo na qualificação, no BRM P25, mas acabou por abandonar.

Em 1966 decidiu criar a sua própria equipa, cem por cento americana, criando talvez o mais belo monolugar da década, o Gurney-Eagle da All American Racers.

Em 1967, no GP da Bélgica, alcançou uma histórica vitória, sendo dos dois pilotos-construtores a vencer uma corrida num F1 com o seu nome. O outro foi Jack Brabham.

Nesse ano, Gurney também venceu as 24 Horas de Le Mans, com o Ford GT40 MkIV, partilhado com A. J. Foyt.

Após o final da sua carreira como piloto, em 1978, Gurney continuou ligado à competição, como construtor e dono de equipa, para além de ser uma presença regular nos eventos de competição históricos.

Morreu ontem na sequência de uma pneumonia, mas o legado que deixou ao desporto automóvel permanecerá bem vivo.