Baixa lisboeta apenas para moradores e veículos elétricos ainda este ano

06/02/2024

A Câmara Municipal de Lisboa pretende limitar o acesso de automóveis na Baixa da cidade. Em entrevista ao jornal Público, Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa com o pelouro da mobilidade, anunciou que a autarquia quer alargar o perímetro das ruas com restrições à circulação, passando também a controlar e multar quem desrespeite as regras – algo que nunca foi efetivamente feito.

 

Assim, a zona de emissões mais reduzidas, a Zona 1, verá os seus limites esticados de modo a incluir a “zona ribeirinha histórica”.

Trata-se de uma zona que abrange atualmente zona da Baixa e a Avenida da Liberdade (limitada a norte pela Rua Alexandre Herculano, a sul pela Praça do Comércio e abrangendo a zona entre o Cais do Sodré e o Campo das Cebolas). Essa zona foi implementada em 2011, revista em 2012 e alvo de uma terceira reformulação em 2015, quando passou a ser proibida nesse eixo a circulação a veículos anteriores a 2000, entre as 7h e as 21h dos dias úteis. Isto significa que apenas podem entrar nesta área automóveis que cumpram a norma Euro 3. Isto agora.

O MUNICÍPIO QUER CRIAR UM SISTEMA MAIS RESTRITIVO QUE BARRE O TRÂNSITO AUTOMÓVEL ATÉ À ZONA RIBEIRINHA.

No futuro, a esse núcleo histórico alargado passam apenas a poder aceder “residentes e carros elétricos”, de acordo com o responsável da câmara.

Os veículos que não sejam de residentes e que não sejam elétricos que cheguem à zona da Baixa de Lisboa terão de estacionar fora do perímetro proibido e haverá fiscalização. Esse controlo será realizado através de câmaras que irão perceber quem é residente ou não, através da consulta a uma base de dados.

“Nós vamos investir em câmaras para controlar automaticamente este processo. Quem quiser ir para um parque de estacionamento na Baixa pode fazê-lo. Quem quiser passar pela Baixa para ir para outro sítio, não o pode fazer e irá ter uma fiscalização através de câmaras”, aponta Filipe Anacoreta Correia.

“Todos os que só querem passar serão multados”, avisa o vice-presidente da autarquia, cuja expectativa é que a medida possa entrar em vigor ainda este ano, ainda que não tenha comunicado uma data exata.