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Impacto da F1 em Portugal pode chegar aos 100 milhões de euros

Formel 1 - Mercedes-AMG Petronas Motorsport, Großer Preis von Österreich 2020. Valtteri Bottas Formula One - Mercedes-AMG Petronas Motorsport, Austrian GP 2020. Valtteri Bottas

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O retorno da Fórmula 1 a Portugal pode ser um balão de oxigénio muito importante para uma região tradicionalmente conhecida pelo seu turismo de excelência, mas que em 2020 está a sofrer imensas perdas com a pandemia de Covid-19 e as restrições impostas por outros países em termos de viagens a Portugal. Entre ganhos diretos e indiretos, o economista Paulo Reis Mourão estima que o impacto da prova possa chegar aos 130 milhões de euros.

Autor do livo “The Economics of Motorsports: The Case of Formula One”, em que apresenta um estudo sobre a economia à volta da F1 desde o seu início, em 1950, Paulo Reis Mourão disse, em declarações à agência Lusa, que o impacto económico direto sem público pode rondar os 100 milhões de euros.

“O impacto direto, sem público, será algo entre 30 a 50 milhões de euros (num período até ano e meio a dois anos após a prova). Indireto (somando emprego criado, rendimento adicional, receitas fiscais, efeito multiplicador e promocional), e considerando a dimensão de Portugal, em contexto pandémico, pode ir até mais 40 a 50 milhões de euros”, estima o professor de Economia na Universidade do Minho. Esses cálculos podem, porém, ser muito ampliados, de acordo com o mesmo economista, atendendo à possibilidade de a prova vir a contar com público.

Nessa situação, tal como prevê o contrato assinado com a Liberty (entidade organizadora do Mundial), o impacto financeiro positivo pode ser ainda superior: “Com público, podemos ter mais 20 a 30 milhões de euros. No entanto saliento aqui algo, o terrível custo do ‘quase-lá’: em muitos investimentos, aplica-se o conceito de ‘poverty trap’ – ou se fazem para serem bem-sucedidos ou então mais vale não fazer. Prometermos e esperarmos a prova e depois a mesma não se concretizar pode ser deveras prejudicial para a imagem externa do país, neste momento tão vulnerável”, explicou Paulo Reis Mourão.

O professor natural de Vila Real analisou, também, o impacto da pandemia de Covid-19 no Mundial de Fórmula 1, e estima que entre adiamentos e cancelamentos, se contabilizem cerca de mil milhões de euros de prejuízos.

“Por cada prova não realizada em definitivo, podemos dizer que houve menos 100 milhões em média de receitas para os agentes envolvidos na organização e promoção. Para provas adiadas, mas realizadas, no mínimo 30 milhões de euros estão associados a prejuízos pelo adiamento e pela indefinição de bilheteira. No cômputo geral até ao momento, e não descontando eventuais ‘ganhos’ devido ao adiamento/não-realização das provas (valoração de poupanças de CO2; controlo de externalidades negativas; resgates de seguros acionados) podemos estar com prejuízos perto de mil milhões de euros para a Fórmula 1”, concluiu.

O Mundial de Fórmula 1 vai regressar a Portugal em 25 de outubro, 24 anos depois da última vez, agora no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, anunciou hoje a organização.

Com Lusa.