M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Desde que o Concorde fez o seu último voo que transportar passageiros a velocidade bem acima dos 1000 km/h voltou a ser um sonho. O avião viu a sua carreira prejudicada pelo rebentamento supersónico que destruía vidros a dezenas de quilómetros de distância, e isso impedia-o de voar sobre zonas urbanas. Mas agora a Lockheed Martin afirma ter resolvido esse problema, e já tem planos concretos para lançar o seu primeiro avião supersónico de passageiros.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A empresa americana de aviação apresentou o conceito para o seu Quiet Supersonic Technology Airlines, ou QTSA, um jato biomotor, capaz de transportar 40 passageiros a uma velocidade de Mach 1.8 (2200 km/h). Embora ainda não tenha data prevista de lançamento, o QTSA não deverá demorar muitos anos a tornar-se realidade, pois a Lockheed Martin está a basear-se muito no conceito do X-59, que terá um protótipo pronto em 2021. Desenvolvido em conjunto com a NASA, o X-59 QueSST não cria o rebentamento sónico habitual, graças ao posicionamento da admissão dos motores e ao desenho da estrutura. Estima-se que o barulho a velocidade supersónica vai ficar mais próximo da porta de um carro a bater do que de uma explosão.

Com uma cabine mais estreita que o habitual, o QTSA não vai ter espaço para muitos lugares. A Lockheed escolheu 40 lugares em fila indiana, localizados junto à janela, com espaço para uma coxia, mas não para outro banco ao lado. Quando chegar ao mercado, e dada a velocidade e alcance potenciais do avião supersónico, deverá ser usado por companhias aéreas como transporte de luxo, para aqueles que têm os meios para fazer uma viagem mais personalizada e confortável, sem a azáfama habitual dos voos comerciais.