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‘Nariz de tigre’: Como um traço felino mudou a imagem da Kia

A solução 'Tiger Nose' da Kia foi aplicada pela primeira vez no Salão de Frankfurt de 2007, então com o concept Kee, um desportivo ao jeito de um coupé compacto que, de resto, acabou por nunca chegar à produção em série.
Mas Schreyer tinha ideia do que queria com a sua nova filosofia de desenho e implementou-a tão bem que se tornou um traço distintivo de todos os modelos da companhia sul-coreana, sendo, de acordo com a própria, um sinónimo de “expressão distinta e de um porte confiante”.
Esta solução de estilo tem-se traduzido, por outro lado, em elogios quase unânimes em termos de design, a um crescimento das vendas de forma bastante significativa desde 2006 e a diversos galardões internacionais no âmbito do design: desde 2009 conta já com 30 vitórias nos prémios de design Red Dot e iF Awards.
Foi dada total liberdade a Peter Schreyer para desenvolver esta filosofia de design: “Receber assim carta branca para criar toda a linguagem de design de uma marca automóvel é muito raro e uma honra notável. Um dia, o Kee será olhado como o ponto de partida para a visão liderada pelo design que a Kia adoptou num determinado momento da sua história”.
Schreyer resumiu a sua estratégia de design como “a simplicidade da linha reta”, afirmando, a propósito do “Tiger Nose”: “O rosto da Kia lembra um tigre – poderoso, peculiar e, ao mesmo tempo, familiar. No entanto, este design não começou com a ideia de um nariz de tigre, antes é o produto de muitas horas passadas em busca de um ADN único para a Kia”.
Para além de ser o Chief Design Officer da Kia, Peter Schreyer é também um dos três presidentes da companhia, bem como Director de Design do Grupo Hyundai-Kia. Lidera a equipa de design da marca Kia, que envolve cerca de 300 pessoas, repartidas por três Centros de Design Kia em Namyang (Coreia), Irvine (Califórnia) e em Frankfurt.
Dez anos após a estreia mundial do 'Tiger Nose', a Kia vai apresentar o seu mais recente “Nariz de Tigre” na edição deste ano do mesmo Salão de Frankfurt, na forma de um concept, mas também em modelos de produção que se aprestam a chegar ao mercado, casos do Stonic e do Stinger, este último levando a marca num rumo mais desportivo para competir com os fabricantes alemães.
Este será o novo concept que a Kia irá apresentar em Frankfurt, celebrando o décimo aniversário desta sua solução estilística que tão bons frutos tem dado.
O novo Stinger assume-se como a visão mais desportiva e agressiva desta nova leva de modelos da marca sul-coreana, com um espírito mais europeu e dinâmica trabalhada por Albert Biermann, que foi contratado há três anos à BMW M para ajudar na evolução do comportamento dos carros da Kia.
Em Portugal, a KIA tem alavancado o 'Tiger Nose' com duas iniciativas, sendo que a mais visível foi a produção de uma “Mascote Tigre” que anima as ativações da marca, sobretudo aquelas em que um dos target presentes é o das crianças.
A outra, menos visível, mas relevante do ponto de vista da responsabilidade social da marca, envolve o apadrinhamento do Tigre Siberiano no Jardim Zoológico de Lisboa, iniciativa lançada em 2016 e com a qual a Kia pretende dar o seu contributo para a conservação da biodiversidade e preservação de espécies ameaçadas.

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A Kia popularizou a sua assinatura de estilo para a grelha dianteira dos modelos através daquilo a que chamou ‘nariz de tigre’.

A inspiração veio, naturalmente, do mundo animal e daquele portentoso – embora ameaçado – felino selvagem, que procura sobreviver nas selvas. De acordo com o WWF (World Wildlife Fund), existem menos de 4.000 tigres em liberdade, tendo-se assistido recentemente a um travão no decréscimo da sua população.

Predador de grande agilidade, o tigre é também um dos animais mais admirados, pelo que a sua agressividade foi transferida para o mundo automóvel por ação do designer da marca, Peter Schreyer, que procurou incutir nos seus modelos o mesmo espírito de movimento e dinamismo.


Tigres: a ameaça prevalece

De acordo com o site do WWF, os tigres perderam 93% da sua população histórica, muito por culpa da ação humana. O seu habitat natural foi delapidado para fins de agricultura e para o negócio da madeira, ao mesmo tempo que o próprio desenvolvimento civilizacional tornou a sua existência mais reduzida. A ameaça prevalece, mesmo estando este animal incluído na lista de espécies ameaçadas de extinção, sobretudo porque os caçadores furtivos continuam a ver nestes animais ‘troféus’ de caça.